As reclamações sobre a qualidade da merenda servida aos alunos e o armazenamento dos itens alimentícios na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Ipiranga ainda é motivo de preocupação na comunidade escolar. O caso veio à tona durante o mês de outubro após um grupo de pais solicitar esclarecimentos acerca do assunto. Na ocasião, circularam imagens e relatos sobre refeições mal preparadas e produtos mofados.
Uma reunião entre o secretário de Educação, Edelbert Jasper, e um grupo de mães ocorreu na segunda-feira, 6, na tentativa de esclarecer as medidas tomadas para apurar o assunto. Uma das providências foi enviar uma amostra de pão para análise. Segundo o relatório apresentado pelo Unianálises, o resultado é inconclusivo devido à pouca quantidade de material disponibilizado, apesar de apresentar “unidades formadoras de bolores e leveduras”.
Além disso, a administração municipal instaurou um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar possíveis irregularidades na preparação dos alimentos e escutar os funcionários envolvidos. Para garantir a qualidade das refeições, foi feita a contratação de uma nutricionista para atuar de forma exclusiva no controle das merendas servidas na escola.
Segundo Jasper, são guardadas amostras das refeições servidas aos alunos diariamente pelo período de 72 horas. “Caso seja necessário analisar, esse material está à disposição. O processo também deve apurar se há alguma irregularidade. Temos que escutar os envolvidos sem fazer pré-julgamento. A Educação também é interessada em resolver essa situação”, aponta.
Outras unidades responsáveis por garantir a fiscalização do local são a Vigilância Sanitária do município e o Conselho de Alimentação Escolar. O secretário explica que em visita recente, a vigilância municipal apontou mudanças necessárias que são executadas pela pasta, como troca de utensílios e melhor armazenamento dos alimentos.
Já o Conselho de Alimentação destaca que fiscaliza a escola duas vezes ao ano. As visitas são agendadas e, de acordo com o conselho, não foram encontradas irregularidades na cozinha da escola, apesar de também solicitar algumas mudanças no local. A Emef Ipranga atende cerca de 300 alunos.
Processo avança
Atualmente, o município não conta com cargos de merendeira. Na escola Ipiranga são quatro pessoas que atuam como serventes e uma coordenadora que são responsáveis pela preparação dos alimentos, além da observação da nutricionista. Recentemente, a criação da função foi aprovada pelos vereadores, e governo elabora concurso público para preenchimento das vagas.
Quanto ao processo, as funcionárias envolvidas já foram ouvidas e alguns pais, notificados para colaborar com as informações.
Uma ex-funcionária da escola afirma que a situação ocorre há meses. Segundo ela, há casos de alimentos comuns serem preparados junto às refeições que são servidas aos alunos com necessidades especiais, como casos de diabetes e intolerâncias, bem como mandar “cortar as partes estragadas frutas e servir as partes boas”.
Relembre o caso
Reclamações constantes sobre a qualidade da merenda levou um grupo de pais e responsáveis a buscar esclarecimentos sobre o alimento servido aos estudantes e o manuseio dos itens na cozinha ainda no mês de outubro.Além da abertura do PAD, a situação resultou na abertura de uma ação do Ministério Público (MP) e boletins de ocorrência registrados por responsáveis de alunos. A Secretaria de Educação já prestou esclarecimentos no o MP e aguarda conclusão do processo interno.