Principal ligação entre o Vale do Taquari e a Serra Gaúcha, a RSC-453 volta a apresentar problemas históricos. O desgaste da pista, aliado aos buracos, são desafios aos motoristas no trajeto entre Estrela e Westfália. São cerca de 27 quilômetros, em trecho concedido à Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR).

Outro problema enfrentado pelos condutores, após a enchente do dia 18, foram os deslizamentos de barreiras, sobretudo entre os quilômetros 62 e 65. A reportagem percorreu a rodovia na manhã da segunda-feira, 27, e foi possível atestar que diversos pontos estão bastante danificados. Os buracos iniciam em maior número a partir do quilômetro 46, em direção à ponte sobre o Arroio Boa Vista.

Do quilômetro 50 em diante, a situação fica pior. Entre trechos mal sinalizados e buracos, são 15 quilômetros onde os motoristas precisam ter cuidados redobrados. Nas imediações do posto do 4º Pelotão Rodoviário de Teutônia, no trevo para a ERS-128 (Via Láctea), o asfalto tem ondulações e prejudica a passagem de veículos.

As condições no local foram motivo de críticas em abril deste ano, situação que tentou ser contornada pela concessionária responsável. “Esse trecho em frente ao pelotão foi muito comentado alguns meses atrás, pelo fato de ter um quebra-molas, o qual seria a causa dos buracos, mas foi provado que não”, explica o sargento Moraes, um dos responsáveis pelo batalhão.

Ele aponta que haviam outros buracos que voltaram após a retirada da lombada. “Em frente ao pelotão, segundo a EGR, temos uma vertente que já foi drenada, mas não houve muito êxito”, acrescenta. Sobre buracos, Moraes também menciona outro trecho problemático, no quilômetro 51, antes da entrada para a Linha Geraldo.

Para o pelotão rodoviário, o trecho mais crítico na área de atuação é entre os quilômetros 62 e 65, onde ocorrem os deslizamentos de terra. “Quase 100% das nossas ocorrências que não são acidentes de trânsito, são atendidas nesses quilômetros ou por deslizamentos de terra e árvores, ou veículos com pane mecânica”, conclui o militar.

Operação tapa-buracos

Proprietário de uma transportadora em Westfália, Adilson Horst reclama do estado das rodovias, em especial da Rota do Sol. “Todos os dias temos um transtorno, precisamos trocar pneu ou algo assim. Estou bastante descontente”, afirma. Ele critica o trabalho feito pela EGR, ao mencionar a falta de manutenção. “É neste trecho da 453 e também para quem vai a Venâncio Aires”, aponta.

Na manhã da segunda-feira, 27, uma equipe fazia uma operação emergencial para tapar os buracos no trecho de Westfália, entre os quilômetros 61 e 63, com uso de asfalto frio. O site da concessionária não indicava intervenções na rodovia na programação da semana.

A EGR se manifestou pela assessoria de comunicação. “A EGR esclarece que as manutenções asfálticas serão realizadas inicialmente em pontos localizados e a partir de janeiro com intervenções de maior impacto em vários segmentos da rodovia. De imediato, está prevista a implantação da nova sinalização horizontal em toda a extensão dos 58 quilômetros entre Estrela e Garibaldi.”

Outra explicação para os buracos, foram as chuvas dos últimos dias, que também motivam os deslizamentos, de acordo com a estatal. “Os eventos climáticos do final de semana geraram vários pontos com interrupções no tráfego devido a quedas de barreiras e também provocaram o surgimento de buracos, que estão sendo sanados.”

Susto e perspectiva

No dia 16, um caminhão carregado com grãos perdeu o controle na entrada da RSC-453, junto à passagem do bairro Boa União, tombou e causou transtornos para os proprietários de uma distribuidora de gás.

A situação evidenciou a necessidade de um avanço nos planos de instalar uma rotatória no local. A EGR confirmou a construção em março, no entanto o processo segue parado. Conforme a concessionária, a licitação deve ser lançada em dezembro, para que as obras comecem em janeiro, junto com outras intervenções na rodovia.

Acidentes no trecho

De acordo com informações do Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), ao longo de 2023, foram 83 acidentes registrados, com 49 pessoas feridas e duas mortes. O mês com o maior número de ocorrências foi setembro, com 21, seguido por julho, com 15. Dos 39 acidentes com danos, pelo levantamento, apenas um foi causado pelas condições da via.

Avaliação regular

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgou na quarta-feira, 29, uma pesquisa onde avaliou as condições de rodovias estaduais e federais do RS, entre elas a Rota do Sol. De acordo com o estudo, que analisou pavimento, sinalização e geometria, o estado geral é considerado regular.

Ocorrências na Rota do Sol em 2023

• 83 acidentes
• 49 pessoas feridas
• 2 mortes

Fonte: Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM)