A construção de nova hidrelétrica no complexo da Barragem Eclusa, em Bom Retiro do Sul, gera dúvidas por parte de moradores das localidades às margens do Rio Taquari. Para minimizar as incertezas, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Estrela e a Cooperativa Certel iniciam nesta terça-feira, 18, uma série de apresentações sobre a obra.
O primeiro encontro será na comunidade São Pedro Canísio, em Arroio do Ouro, e vai abranger também quem reside na Linha Figueira. A reunião começa às 14h e terá a presença do presidente da cooperativa, Erineo Hennemann, do presidente do STR, Rogério Hemann, e do diretor de geração, comercialização e mercado de energia da Certel, Julio Salecker.
As principais dúvidas que chegam ao sindicato são relativas à manutenção do nível do rio e eventuais impactos ambientais, o que motivou a iniciativa de agendar o encontro. “Quando sai a notícia da instalação de uma hidrelétrica, muita gente levanta algumas questões por não ter conhecimento da obra”, afirma Hemann.
Salecker garante que não existe nenhum motivo para preocupação desses moradores. “Esse projeto gera muita curiosidade e ainda trabalhamos na otimização. De fato, não muda nada em relação ao nível do lago da eclusa de Bom Retiro. Vamos conseguir mostrar parte do projeto para a nossa comunidade.”
A cooperativa irá desenvolver um programa socioambiental, que faz parte do projeto da usina, onde serão marcadas outras visitas. “Podemos dizer que a reunião da próxima semana está adiantando esse processo”, comenta Salecker. O diretor ainda revela que a Certel precisa alinhar alguns detalhes burocráticos sobre a obra, para avançar com os demais encontros.
Medições e navegação sem alteração
Salecker explica que a obra será do lado direito do rio, que abrange Cruzeiro do Sul, mas que a maior parte do curso de águas fica em Estrela. Ele acrescenta que são 30 quilômetros de águas entre Bom Retiro do Sul e o limite entre Lajeado e Arroio do Meio. “Vai ter uma espécie de canal que sairá de dentro do rio, chegar em uma casa de máquinas, que devolverá essa água logo abaixo da barragem ao Rio Taquari.”
Mesmo com as intervenções, não haverá nenhuma mudança na estrutura de medições ou circulação pelo rio. “Não muda a navegação, nem as cotas, tanto de estiagem, quanto de enchente. Todo o sistema de comportas para aliviar a vazão da enchente segue funcionando normal”, finaliza o diretor da cooperativa.
Sobre o projeto
O anúncio da construção da hidrelétrica ocorreu em 24 de agosto, com um investimento de R$ 250 milhões para gerar 35 megawatts (MW) de potência e atender até 100 mil pessoas. A obra deve iniciar até o segundo semestre de 2023, a partir da emissão de licenças ambientais e de reguladoras. As instalações devem ficar prontas em dois anos a partir do começo dos trabalhos.