Jornal Nova Geração

AUSÊNCIA NOS PARLAMENTOS

De 28 regiões, apenas o Vale e outras três ficaram sem deputados

Vales do Caí e do Jaguari e os Campos de Cima da Serra também não elegeram representantes ao Legislativo nesse domingo. Políticos ligados a Porto Alegre, Vale dos Sinos e Serra predominam entre os eleitos

O resultado das eleições desse domingo, 2, apontou que, pela segunda vez consecutiva, o Vale do Taquari falhou na tentativa de eleger representantes à Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados. Contudo, não será a única região a ficar de fora dos parlamentos. Outras três também não conseguiram emplacar nomes locais. Crédito: Galileu Oldenburg/DIVULGAÇÃO

O resultado das eleições desse domingo, 2, apontou que, pela segunda vez consecutiva, o Vale do Taquari falhou na tentativa de eleger representantes à Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados. Contudo, não será a única região a ficar de fora dos parlamentos. Outras três também não conseguiram emplacar nomes locais.

As 55 vagas de deputado estadual e 31 para deputado federal foram preenchidas por políticos de 24 regiões. O levantamento foi feito com base na divisão territorial dos conselhos regionais de desenvolvimento (Coredes) e considera local de nascimento, domicílio e base eleitoral dos candidatos eleitos.
Além do Vale do Taquari, os vales do Caí e do Jaguari e os Campos de Cima da Serra também não terão representação nas próximas legislaturas. São regiões de características econômicas e sociais distintas, mas desafios semelhantes. No caso das duas últimas, o baixo número de eleitores (menos de 100 mil) atrapalha.

Para a economista e ex-presidente do Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat), Cintia Agostini, a vinculação destas localidades com outras regiões contribui para a falta de representatividade. “Isso tem muito a ver com quem lançou candidato, quais nomes os partidos apoiaram. O Vale do Caí, por exemplo, tem muita proximidade com a região metropolitana”, salienta.

Leitura da sociedade

O fato do Vale novamente ficar de fora das esferas do poder, segundo Cintia, representa um prejuízo às pautas e demandas regionais. “Mais uma vez, não teremos ninguém com esse olhar para nós. Agora é trabalhar para que as diferentes representações com votos aqui façam valer esse desempenho”, sustenta.

Na avaliação de Cintia, além dos partidos locais permitirem um grande número de candidatos, o eleitorado não comprou a ideia de que o Vale precisa eleger deputados. “A leitura da sociedade é de que a representação na Assembleia e na Câmara talvez não faça diferença. As pessoas não conseguem visualizar a importância disso e votam de outra forma”.

Peso da capital

Tanto na bancada gaúcha da Câmara quanto na composição das bancadas da Assembleia, destaca-se a força da região metropolitana de Porto Alegre. Sete deputados federais e 19 estaduais vinculados à capital e municípios próximos foram eleitos. Muitos hoje são vereadores ou construíram a trajetória política em cargos legislativos nestas cidades.

Colado em Porto Alegre, o Vale dos Sinos elegeu três representantes para cada um dos cargos. No interior, quem demonstra força é a Serra, que emplacou cinco à Assembleia. Também contará com dois nomes em Brasília. O vizinho Vale do Rio Pardo conquistou três cadeiras de deputado estadual e duas de federal

Outras localidades tiveram representantes eleitos para os dois cargos. Casos das regiões Central, Fronteira Noroeste, Sul, Campanha, Jacuí Centro, Produção, Norte, Médio Alto Uruguai, Litoral, Celeiro e Fronteira Oeste.

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