O Mapa do Comportamento do Turista foi apresentado pelo governo do estado e pelo Sebrae na manhã de ontem. Ao todo, foram determinados 12 perfis dos visitantes, com subdivisões divididas entre prioridades e motivações.
Neste contexto, três aspectos chamaram atenção: gastronomia, aventura e negócios. “O diagnóstico nos proporciona conhecer um panorama do por que as pessoas decidem sair de casa e viajar”, resume o vice-presidente da Associação dos Municípios de Turismo da Região dos Vales e secretário municipal de Encantado, Charles Rossner.
“Estamos começando a entender nossas vocações turísticas. Com esses dados, podemos ser mais assertivos para atingir o público”, realça. Para ele, a consolidação do Vale como destino turístico tem dois marcos: o Trem Turístico e o Cristo Protetor de Encantado.
Em cima desses atrativos, abrem-se oportunidades. O turismo de Fé cria ramificações para além de Encantado. “Nossos visitantes querem conhecer as igrejas antigas do interior, as precursoras da nossa região. Junto com isso temos grutas e cavernas, que complementam a busca dos turistas.”
Junto com isso, o visitante quer boas experiências gastronômicas. Na última década, afirma Rossner, os empreendimentos no segmento se qualificaram e colocam a região em posição de destaque.
O mapa foi elaborado na ótica de verificar os motivos pelos quais o turista escolhe determinado local ou atração.
O estudo destaca os interesses do público local, regional, nacional e internacional. Cada perfil considera exemplos de turistas, em manifestações nas redes sociais, como forma de acompanhar experiências.
Adaptação no turismo de negócios
Antes da pandemia, da construção do Cristo e da confirmação do trem, o Vale do Taquari tinha o turismo de negócios como um dos principais elementos para atrair visitantes. As feiras, conferências e programações voltadas ao mundo do trabalho lotavam os hotéis.
“Houve uma repaginação. O executivo, o empresário, agora não sai da sua sala por qualquer motivo”, frisa Rossner. Neste sentido, a alternativa é conciliar negócios e lazer. Neste sentido, cita como exemplos a TeutoFrangoFest e a Suinofest, que retornam após os períodos de restrições.
“Neste aspecto a região está muito madura. A pandemia nos forçou a isso. Nos adaptamos e passamos a enxergar que somos um destino turístico relevante no RS.”
Natureza, comida típica e imersão cultural
Na Cascata das Orquídeas, em Imigrante, a proprietária Silvane Lagemann Caio juntou atrativos. Passam por venda de flores, café colonial, trilhas pela natureza e montou cenários do passado para os visitantes.
“As pessoas vêm aqui, se vestem como na época da colônia, tiram fotos e conhecem um pouco da nossa história.”
A ideia veio durante a pandemia. “Precisava fazer algo novo, diferente.” Além dos cenários e roupas típicas dos antepassados, os visitantes também podem optar pelo piquenique.
“Eu fazia o percurso com o meu avô Fridolino. Nós íamos de carroça puxada a bois e levávamos uma cesta com pão, schimier, melado, salame e outras receitas típicas dos imigrantes.”
Nessa história surgiu a inspiração para o caminho do Frischtick. “Os visitantes escolhem os produtos, emprestamos uma cesta artesanal, uma toalha xadrez e talheres para comerem em meio à natureza.”
Objetivo do Mapa
• Conhecer o perfil dos consumidores;
• Qualificar os empreendedores, melhorar a oferta de atrativos e promover segmento;
• Diagnosticar as oportunidades de negócios e formas de abordar os públicos;
• Posicionar marcas, rotas e maneiras de atuar;
• Desenvolver conteúdos e formas de comunicar as marcas.
Quem são os turistas
As motivações e estilos se dividiram em 12 perfis. Cada um tem subdivisões de comportamento, originando 34 “personas”, criadas por 46 motivações. Confira um resumo:
– Aventureiro
As experiências procuradas por cada visitante vão de atividades radicais (escaladas, trilhas em veículos e paraglider), passando por aqueles que buscam momentos de tranquilidade em meio à natureza.
– Gastronômico
É um público exigente que gosta de compartilhar as experiências, seja nas redes sociais ou com pessoas próximas. Neste perfil, se divide o chamado “Foodie”, que espera vivenciar o paladar típico local, e o “gourmet”, voltado à alta gastronomia.
– Espiritual
Público religioso e esotérico. O primeiro quer se conectar e fortalecer a fé. O outro, busca se energizar e ter experiências voltadas à espiritualidade.