Jornal Nova Geração

ESTRELA

Equipes de saúde fizeram mais de 11 mil visitas ao longo de 2023

Além de fortalecer vínculos com as comunidades dos, iniciativa busca prevenir doenças e esclarecer serviços ofertados pelo SUS à população. Foco está em gestantes, crianças, idosos, hipertensos e diabéticos

Durante visitas, profissionais fazem exames básicos como aferição de pressão e teste de glicose (Foto: Karine Pinheiro)

Desde que foi diagnosticado com diabetes e fez a primeira cirurgia no coração, João Clemir Rodrigues, de 61 anos, recebe visitas semanais da equipe que integra a Estratégia de Saúde da Família (ESF) Moinhos. As visitas domiciliares são destinadas à população que possui dificuldades em se deslocar até a unidade de saúde, bem como uma meio de fortalecer os vínculos com a comunidade de cada bairro de Estrela.

Assim como Clemir, ao longo de 2023 mais de 11 mil pessoas foram visitas pelas equipes das ESF’s entre os bairros Moinhos, Imigrantes, Indústrias, Boa União, Boa União, Oriental e Auxiliadora. As faixas etárias com mais demandas são relacionadas ao público da terceira idade, seguido pelas idades infantis, dos zero aos 9 anos.

Somente no bairro Moinhos, mais 1,1 mil pessoas estão cadastradas na unidade de saúde. Coordenadora da ESF, a enfermeira Deise Neto explica que a iniciativa também é uma forma de promover a saúde e prevenir doenças. No entanto, para atingir resultados satisfatórios, é necessário estabelecer vínculos com cada morador.

As visitas e consultas na residências duram em média uma hora. “As pessoas querem ser escutadas, a comunidade espera uma equipe resolutiva e profissional, que se comunique e oriente sobre as necessidades individuais de cada família”, destaca Deise. O início desta modalidade de atendimento passa pelos agentes comunitários de saúde (ACS) que fazem buscas ativas pelos bairros e são a porta de entrada para o fortalecimento de vínculos.

Agente comunitária, Simone da Motta esclarece que a rotina inicia pela manhã com deslocamento pelas casas para avaliar as necessidades de cada família. As prioridades de busca são por gestantes, hipertenso, diabéticos, idosos e crianças.

“São pessoas que precisam de um olhar mais atencioso, que muitas vezes não conhecem ou não procuram os serviços ofertados pelo SUS. Portanto buscamos fortalecer o vínculos com essas pessoas e mostrar que é importante solicitar atendimento”, relata Simone. A partir da relação estabelecida, afirma, é possível trabalhar a prevenção de doenças.

“A partir das visitas, passamos as demandas para a coordenação. Prevenir doenças parte da escuta, da confiança que os pacientes têm nos profissionais de saúde”, ressalta a agente comunitária.

Atendimento humanizado

Esposa de Clemir, Edi Terezinha Rodrigues destaca a prática efetiva dos profissionais que integram a equipe. Ela se responsabiliza pelos cuidados necessários ao marido mas reforça a necessidade dos atendimentos semanais desde o momento que ele precisou passar por cirurgia. Durante o mês de dezembro, Clemir passou por um procedimento para colocação de um marcapasso.

“Antes da cirurgia ele precisava fazer injeções diárias. Como não tínhamos condições de pagar, alguém da ESF se deslocava aqui para fazer. Quando ele descobriu a diabetes, também nos deram o aparelho para medir e me ensinaram como verificar a glicose. Temos atendimentos com os técnicos, nutricionista e psicologa, que acompanham nossas necessidades e reforçam os cuidados necessários.”, conta Edi.

Saúde Pública na prática

Nutricionista da equipe, Cristiane Diel Pereira comenta que ir ao encontro das pessoas é um trabalho constantemente em construção que fortalece a Saúde Pública. Segundo ela, o tempo de atendimento nas casas é essencial para entender as demandas e agir de forma preventiva. Além disso, ela importância de atendimentos integrados com outras áreas, como a psicologia.

“Na teoria falamos de modelo preventivo mas sabemos que faltam meios para colocar em prática. No, entanto, é o que conseguimos fazer aqui. Quando os vínculos funcionam e as pessoas se setem a vontade para explanar os problemas relacionados à saúde, conseguimos atender de forma mais assertiva. E por vezes, em casa sem sentem mais tranquilos do que no consultório”, diz Cristiane.

Pós enchente

De acordo com a psicologa Vivian Rolim, é perceptível o fortalecimento de vínculos após o período de enchentes. Segundo ela, a partir do momento em que as pessoas ficaram abrigadas, se intensificaram os atendimentos voltados à saúde mental. Além disso, a equipe acompanha moradores que precisaram mudar de bairro.

“São pessoas que já tínhamos vínculo, mas como ficamos sem local de trabalho e estamos atuando de forma provisória na UBS Central, aumentamos as visitas domiciliares. Quando se tem essa relação fortalecida, o tratamento dos pacientes flui de forma mais tranquila”, aponta.

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