Com mais de 800 casos de dengue confirmados no Vale do Taquari, Estrela concentra quase 520 registros da doença e segue como município com maior índice de infestação e confirmação do vírus na região Diminuir os indicadores da presença do mosquito transmissor e conscientizar a comunidade sobre os cuidados necessários são os maiores desafios para Secretaria de Saúde.
Somente nesta semana foram 79 casos confirmados. Ao longo de abril, mais de 170 pessoas com registro da doença. Método para avaliar a presença do mosquito, a “Armadilha de Ovitrampas” foi implantada nos bairros e deve ter os resultados revelados nos próximos dias. Na contagem anterior, foi apontado que 97% das armadilhas continham ovos.
Coordenadora da vigilância epidemiológica, Carmen Hentschke explica que o aumento expressivo é consequência do período de chuvas. “Quando o tempo está seco, a água em pequenos reservatórios evapora, mas quando está úmido, não seca. O recipiente se torna um criadouro”, destaca.
Os bairros com mais número de casos são Moinhos (111), Cristo Rei (93) e Imigrantes (49). O trabalho dos agentes de endemias são direcionados conforme o registro da doença nos bairros e índice de infestação. No entanto, na avaliação da coordenadora, um dos maiores desafios é conscientizar a comunidade sobre a limpeza necessária e os riscos da dengue.
“O Aedes precisa de água e borda para colocar os ovos. Recebemos reclamações sobre açudes e córregos. Esses lugares não apresentam condições para desenvolvimento do mosquito. A dificuldade está em fazer com que as pessoas entendam que é necessário limpar os potes e plantas de forma semanal”, explica Carmen.
Ao todo, mais de três mil residências foram vistoriadas, sendo que mais de 90% dos casos de incidência de focos do mosquito Aedes aegypti são encontrados em terrenos particulares e áreas anexas às residências, assim como em calhas, caixas d’água e piscinas, pratos de plantas, recipientes plásticos e bromélias.
Outra ação prevista pela Secretaria de Saúde é a criação de kits para a pessoa infectada.
De acordo com os registros da pasta, focos de criadouro do inseto foram encontrados na maioria das residências de pessoas infectadas pela dengue. “A comunidade precisa entender que as ações são conjuntas, desde manter a limpeza, até usar o repelente. E as pessoas devem buscar atendimento médico em caso de qualquer sintoma relacionado a doença”, reforça a coordenadora.
Controle do mosquito
Biólogo da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), Bruno Cappelari também ressalta as ações adotadas em nível estadual para controlar a presença do mosquito. Entre elas, a borrifação residual intradomiciliar (BRI), que consiste na colocação de veneno nas estruturas. “O mosquito que pousar na parede, morre”, afirma. Em Estrela e Bom Retiro do Sul, o método é aplicado nos prédios públicos.
Óbito em Teutônia
O Estado confirmou a primeira morte por dengue no município de Teutônia, no dia 5 de abril. A vítima foi um homem de 66 anos. A morte ocorreu em 26 de março e ele tinha doenças pré-existentes, conforme nota da Secretaria Estadual de Saúde.
Diante da situação, o governo de Teutônia promoveu um mutirão de limpeza contra a dengue, no bairro Alesgut. Foram encontrados diversos focos de larvas do Aedes aegypti nas residências e em objetos jogados pelas ruas e em terrenos vazios.