A família Funk, de linha 31 de outubro é um exemplo em termos de sucessão rural. O casal de agricultores Enio, de 70 anos e Aneli, de 69, resolveu apostar no futuro da filha Luana, de 29, e tem sido recompensada. Ela cursou Ciências Biológicas, na Univates, de 2012 a 2017. “Fui estudar e pensei em buscar outro tipo de vida, mas eu gosto daqui”, conta.
Os três conduzem a propriedade, com 5,8 hectares. A criação é de 400 suínos terminação, além de 25 mil aves. A família está investindo em um aviário com quase 2.100 metros quadrados. O local está em fase final de construção e recebeu investimento de R$ 1,2 milhão.
“A Luana, desde muito pequena, entrava no chiqueiro para tocar os porcos. Ficávamos preocupados, mas ela sempre mostrava coragem”, lembra Enio. Aneli ressalta a importância da formação para conduzir adequadamente uma propriedade rural. “No nosso tempo não tínhamos estudo, mas hoje a formação é fundamental para seguir na agricultura”, declara.
Segundo o extensionista da Emater de Colinas, Marcelo Müller, o processo de sucessão rural nas propriedades é de extrema importância. “A sucessão precisa ser desenvolvida com cuidado especial, principalmente dos pais para com os filhos, mas também dos filhos para com os pais e com a propriedade”, explica.
O jovem, no processo de sucessão, tem, naquele momento, dois requisitos que os pais não terão mais: ritmo e disposição para o trabalho. “Há, porém, duas coisas que os filhos vão demorar para ter: vivência e experiência. Então, nessa história toda, a grande responsabilidade pela sucessão rural cabe aos pais”, ressalta Müller.
Luana confirma a vantagem garantida com os estudos. “Todos os cursos que fiz valeram a pena. Percebo uma visão de mundo, que não teria se não tivesse frequentado a academia”, constata a filha do casal. “Como agentes de extensão rural, estamos aqui para auxiliar, para que essas iniciativas frutifiquem. Esta família, em específico, é um exemplo de que a sucessão funciona, em via de mão dupla”, conclui Müller.