Festas chegando, momento de estar em família, renovar energias e se divertir, certo? Sim. Com tantas formas lindas de comemorar o Natal e o ano novo, como iluminar e enfeitar nossos lares, promover amigo-secreto, presentear com lembrancinhas, será que precisamos colorir o céu? Quero dizer, será que precisamos de barulho no céu? Quem aqui ainda não se assustou com os barulhos estridentes dos fogos de artifício ou de rojões que atire a primeira pedra, porque sim, eu sei que todo o ser humano, mesmo apreciando um show de luzes brilhantes no céu, já se sentiu incomodado com as explosões.
Analisando a questão auditiva, você, caro leitor, já parou para pensar que, quando estamos sofrendo com uma enxaqueca ou uma simples dor de cabeça, uma gripe ou sofrendo com alguma doença mais severa, qualquer ruído nos incomoda? Ou ainda quando estamos hospitalizados, até o pisar de demais pessoas no corredor podem causar incômodo? Tu conseguirias, caro leitor, se colocar no lugar de pessoas acamadas, hospitalizadas, ou em casas de repouso, ou até de seres humanos com questões de doenças mentais e imaginar o dano que tais estrondos causam? Pessoas com doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, idosos, adultos com fobias, bebês, todos nós nos sentimos incomodados com barulhos aleatórios, mesmo que nossos olhos se emocionem.
Mas meu espaço é sobre os animais, não é mesmo? Então, se conseguirmos ter empatia para com outros seres humanos, ao olharmos para nossos queridos animais de companhia, talvez possamos mensurar sua dor e medo. Durante eventos barulhentos, gatos e cães têm uma diminuição do bem-estar e ficam mais agressivos ou retraídos, ou seja, sentem medo e dor. Alguns podem até sofrer convulsões, podem se machucar, tentam fugir por janelas, mesmo as de apartamentos, e fogem de casa, na busca por um local mais silencioso e que não cause tanto dano a eles.
Certa vez, vi um cão da raça Border Collie fugir de dentro de casa e se atirar na piscina. Em outro, um cão da raça Shih-Tzu se atirou pela janela do terceiro andar de um prédio. Também já vi um cão vira-lata bater com a cabeça na parede para parar seu sofrimento. O pânico não permite que nosso cérebro, dos mamíferos, raciocine direito devido ao alto nível de cortisol, uma vez que nosso instinto é por sobrevivência. Por isso, animais que não foram ensinados a nadar, podem vir a óbito; animais quando caem por janelas podem se ferir e até morrerem se não os socorremos a tempo; atos de loucuras para parar seu sofrimento também causam danos irreversíveis.
Agora, eu me questiono: se faz tanto mal para eles e para nós, por que ainda há nos céus, durantes festas e comemorações, fogos de artifício e rojões com barulhos? Em algumas cidades ao redor do mundo, tal prática é proibida por lei. E por que, em nossa cidade, não é? De qualquer forma, vale salvar os números de médicos e clínicas veterinárias para eventuais emergências pois, há pessoas com empatia, mas também vivemos em sociedade com aqueles que não a tem.
Em tempo, li nas redes sociais esses dias a seguinte frase: “No réveillon, o mundo inteiro deveria soltar balões brancos biodegradáveis com sementes de árvores em vez de soltar fogos.” Eu achei a ideia maravilhosa, e vocês? Já pensaram se o governo de nossa cidade o fizesse? Vamos fazer história?