Jornal Nova Geração

SUSPENSO PELA JUSTIÇA

Fim do simulador resulta em CNH 14% mais barata

Decisão precisa ser regulamentada pelo Senatran para entrar em vigor. Caso confirmada, resultará em R$ 377 a menos para tirar a habilitação tipo B

RS é o único estado do país com aulas obrigatórias no simulador de direção. Hoje, CNH categoria B custa mais de R$ 2,7 mil. Crédito: Filipe Faleiro

Em ação movida pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE), a Justiça suspendeu a obrigatoriedade das aulas em simuladores de direção para retirar a Carteira Nacional de Habilitação. Apenas o RS exige o uso do aparelho como parte do processo para conseguir a autorização para dirigir.

Apesar da decisão, o desconto precisa ser regulamentado pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) para entrar em vigor. Caso a determinação seja confirmada, a CNH ficará R$ 377 mais barata.

O sindicato das autoescolas afirma que irá recorrer. Pelo argumento da entidade, o equipamento garante um treinamento mais completo aos futuros condutores, com importante efeito pedagógico sobre direção defensiva e segurança no trânsito.

Pela legislação gaúcha, são necessárias cinco aulas no simulador de direção. Ao todo, custam R$ 75 cada. No geral, a CNH categoria B (automóvel) custa mais de R$ 2,7 mil. Com o fim da obrigatoriedade, ficaria em R$ 2,3 mil.

Entenda o processo

Em ação ajuizada em 2019, o Sindicato dos Centros de Habilitação de Condutores de Auto e Moto Escolas (SindiCFC-RS), buscava manter o aparelho como obrigatório, com pedido de anular a resolução 778 do Conselho de Trânsito (Contran).

Na norma nacional, o uso dos simuladores de direção à formação de futuros motoristas é opcional. No outro ano, a 6ª Vara Federal de Porto Alegre negou o pedido de anulação da regra nacional. Em novo recurso, o SindicCFC-RS, em maio de 2022, a 3ª Turma do Tribunal Regional Federal manteve a determinação de uso facultativo dos simuladores.

Mesmo após duas decisões que suspendem os simuladores, a PGE entende que os efeitos suspensivos previstos no trâmite jurídico prolongam o custo adicional à população, tornando o RS como a CNH mais cara entre os três estados do sul.

Conforme a procuradoria do Estado, o uso opcional do simulador foi determinado pelo Contran e instituído após amplo debate com participação das entidades representativas dos CFCs, de especialistas e autoridades.

Sindicato se posiciona

Por meio de nota, o sindicato das autoescolas (SindiCFC-RS) defende a continuidade das aulas com simulador. Conforme a entidade, os CFCs não foram notificados da decisão. “Entendemos que a formação qualificada dos condutores, visando reduzir a acidentalidade e mortes no trânsito deve ser prioridade do governo.”

Conforme a representação das autoescolas, o simulador é “uma importante ferramenta pedagógica que possibilita ministrar aulas em condições adversas e ensinar o aprendiz em ambiente de condições seguras. Vamos recorrer ao STJ (Supremo Tribunal de Justiça) tão logo sejamos intimados.”

Compartilhar conteúdo

PUBLICIDADE

Sugestão de pauta

Tem alguma informação que pode virar notícia no Jornal Nova Geração? Envie pra gente.

Leia mais: