Pesquisa nas gôndolas, avaliação de valores e quantidades, encaixe no orçamento. São etapas da rotina das famílias que optam por fazer compras em maior volume, as chamadas cestas básicas. A partir desta edição, o Jornal Nova Geração publica uma listagem com os preços dos principais itens buscados nos supermercados.
A verificação deste mês ocorreu entre os dias 12 e 14 de fevereiro, em três estabelecimentos de Estrela. Não são levados em conta fatores como necessidades nutricionais, por exemplo, que fazem parte da base para análises difundidas em nível nacional, como a do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), nem produtos em promoção, o que poderia descaracterizar a pesquisa. Os itens selecionados à pesquisa são de marcas conhecidas encontradas em todos os comércios.
Foram selecionados 26 itens de consumo comum, como carnes, derivados de farinha, frutas, legumes, produtos de limpeza e higiene pessoal, entre outros. Cada um deles teve o preço verificado e foi feita uma média, o que determinou um total médio de R$ 232,97 para a compra de todas as mercadorias – ver tabela. Se comparado o valor total entre os estabelecimentos, a variação é de 4,1% entre o mais barato e o mais caro.
Pesquisas e promoções
A aposentada Juraci Pimentel, 63, busca aliar praticidade à economia quando a tarefa é abastecer a despensa. Entre as prateleiras do supermercado, observa variação de preços, ofertas e marcas. Ela costuma fazer compras uma vez por semana, em poucas quantidades. A exceção é quando recebe visitas.
No setor de hortifrúti, a variação de preços é significativa, por conta das intempéries, acredita. No corredor do material de limpeza, as marcas contam mais. “Por causa do rendimento.” O carrinho fica lotado quando há boas promoções de não-perecíveis.
As ofertas de ocasião são chamam a atenção do vigilante aposentado Pedro Inácio Müller, 64. “Tudo sobe: água, luz, mercado.” Para reduzir as despesas, percorre as prateleiras do mercado e, aos poucos, enche a cestinha.
Levantamento
De acordo com a economista Fernanda Sindelar, a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos é feita de forma oficial pelo Dieese. “No estado de SP eles iniciaram o levantamento de preços em 1959, e desde então adotam uma metodologia padrão – que foi sendo atualizada – para o levantamento de preços em todas as regiões”, explica. A origem da verificação é na década de 1930.
Existe um debate para a reformulação da listagem, com inclusão de outros itens e que leve em conta as mudanças de hábitos ao longo dos anos. Entidades como a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) participam de forma ativa da discussão. A ideia é que produtos essenciais associados à educação e saúde façam parte da relação – seriam 37 itens contra os 13 hoje verificados pelo Dieese.