Jornal Nova Geração

CESTA BÁSICA

Gasto com alimentos, itens de higiene e de limpeza varia 4,1%

O Jornal NG inicia neste mês a pesquisa e divulgação de preços dos produtos que fazem parte das compras essenciais da população

Juraci observa as ofertas e compra produtos da estação. No item limpeza, opta pela qualidade e não o preço (Foto: Luciane Ferreira)

Pesquisa nas gôndolas, avaliação de valores e quantidades, encaixe no orçamento. São etapas da rotina das famílias que optam por fazer compras em maior volume, as chamadas cestas básicas. A partir desta edição, o Jornal Nova Geração publica uma listagem com os preços dos principais itens buscados nos supermercados.

A verificação deste mês ocorreu entre os dias 12 e 14 de fevereiro, em três estabelecimentos de Estrela. Não são levados em conta fatores como necessidades nutricionais, por exemplo, que fazem parte da base para análises difundidas em nível nacional, como a do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), nem produtos em promoção, o que poderia descaracterizar a pesquisa. Os itens selecionados à pesquisa são de marcas conhecidas encontradas em todos os comércios.

Foram selecionados 26 itens de consumo comum, como carnes, derivados de farinha, frutas, legumes, produtos de limpeza e higiene pessoal, entre outros. Cada um deles teve o preço verificado e foi feita uma média, o que determinou um total médio de R$ 232,97 para a compra de todas as mercadorias – ver tabela. Se comparado o valor total entre os estabelecimentos, a variação é de 4,1% entre o mais barato e o mais caro.

Pesquisas e promoções

A aposentada Juraci Pimentel, 63, busca aliar praticidade à economia quando a tarefa é abastecer a despensa. Entre as prateleiras do supermercado, observa variação de preços, ofertas e marcas. Ela costuma fazer compras uma vez por semana, em poucas quantidades. A exceção é quando recebe visitas.

No setor de hortifrúti, a variação de preços é significativa, por conta das intempéries, acredita. No corredor do material de limpeza, as marcas contam mais. “Por causa do rendimento.” O carrinho fica lotado quando há boas promoções de não-perecíveis.

As ofertas de ocasião são chamam a atenção do vigilante aposentado Pedro Inácio Müller, 64. “Tudo sobe: água, luz, mercado.” Para reduzir as despesas, percorre as prateleiras do mercado e, aos poucos, enche a cestinha.

Müller procura as promoções, assim equilibra as despesas da casa (Foto: Luciane Ferreira)

Levantamento

De acordo com a economista Fernanda Sindelar, a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos é feita de forma oficial pelo Dieese. “No estado de SP eles iniciaram o levantamento de preços em 1959, e desde então adotam uma metodologia padrão – que foi sendo atualizada – para o levantamento de preços em todas as regiões”, explica. A origem da verificação é na década de 1930.

Existe um debate para a reformulação da listagem, com inclusão de outros itens e que leve em conta as mudanças de hábitos ao longo dos anos. Entidades como a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) participam de forma ativa da discussão. A ideia é que produtos essenciais associados à educação e saúde façam parte da relação – seriam 37 itens contra os 13 hoje verificados pelo Dieese.

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