A informação de que o Pronto Atendimento Ambulatorial Pro Vale (PA+) teve o número de consultas gratuitas limitadas pela Secretaria Municipal de Saúde, a 90 atendimentos clínicos por dia, pegou a população de surpresa. Morador do bairro das Indústrias, Carlos Júnior Nascimento, destaca que não foi informado sobre o pagamento antes da consulta.
“Eu passei pelo atendimento e quando terminou, me falaram que eu teria que pagar. Não foi comunicado, então pedi para tirar a foto”, relata Nascimento. A decisão foi colocada em prática pelo PA+ na quarta-feira, 27, e por volta das 14h, as fichas esgotaram. Após atingir o limite, as consultas devem ser feitas de forma particular ou por convênios.
Cerca de 200 pessoas eram atendidas diariamente. De acordo com a direção do pronto atendimento, a decisão do Executivo de alterar o convênio foi comunicada via ofício. A preocupação do estabelecimento de saúde é que esta limitação possa sobrecarregar o sistema de saúde no município.
A limitação é destinada somente às consultas de clínico geral. Pediatria e ginecologia não são afetadas com a decisão.
Equilíbrio no atendimento
A justificativa do governo para alteração do convênio é a necessidade de reestruturar a gestão, com objetivo de buscar o “equilíbrio” para adequar o orçamento dentro do fluxo existente. “Isso começou a melhorar, mas ainda não está no ideal. O ajuste é para melhorar o atendimento e a gestão do dinheiro público”, explica o secretário de Saúde, Celso Kaplan.
A reorganização, citada pelo secretário, trata-se de um “processo de conscientização” da comunidade em procurar o local correto para cada necessidade. Segundo ele, os atendimentos triplicaram em um ano. O orçamento que antes era fixo, passou a ser pago por número de consultas.
“Nunca alguém ficou, ou vai ficar, sem atendimento médico. Não estamos deixando de atender, pois a ‘porta de entrada’ são as unidades de saúde, que estão vazias devido à procura desordenada do PA+”, salienta Kaplan, ao garantir atendimento para toda comunidade e sustentar disponibilidade de médicos clínico geral, ginecologista e pediatra em todos postos de saúde.
Kaplan, ainda, argumenta que a procura por procedimentos – oferecidos gratuitamente nas UBS – triplicaram no Pronto Atendimento, com custo unitário de R$ 79,49 aos cofres do município. “Eu, como gestor, assumo toda responsabilidade das mudanças. Temos um orçamento a cumprir e se nós não fizermos alguns ajustes, não vai fechar”, complementa.
Em tempo, Kaplan assume que “a comunicação pode não ter sido a adequada” e se coloca à disposição da comunidade para explicar a situação. “É uma questão de gestão e planejamento”.
Cobrança de explicações
Devido à falta de comunicação sobre a mudança no atendimento, Carlos Júnior Nascimento organiza um protesto na câmara de vereadores. O ato está marcado para segunda-feira, 1°, às 18h30min. Além dos assuntos referentes ao PA+, outros assuntos devem ser abordados na manifestação.