Na segunda-feira, 7, a família de Andréa Stroher se surpreendeu ao ver nas redes sociais notícias sobre a morte de seu pai. No boletim enviado pelo Hospital Estrela, constava que seu pai, Armando Stroher, 79, morador de Estrela, havia morrido com covid-19. No entanto, os familiares afirmaram que se tratava ainda de uma suspeita. Na terça-feira, 8, a casa de saúde enviou uma nota em que retifica a informação.
Conforme Andréa, a Declaração de Óbito apresentava que seu pai faleceu em decorrência de comorbidades e com suspeita de covid-19. “Não podemos fazer velório por se tratar de suspeita, mas tínhamos certeza de que o caso dele não era positivo, pois a anos fazia tratamentos para essas comorbidades. Solicitamos para fazer teste rápido no hospital o que foi negado”, explica.
Na terça, o exame retornou com o resultado negativo para PCR. De acordo com a coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Estrela, Carmen Hentschke, além do PCR dar negativo, o exame por imagem também não identificava a doença. “Poderia ser noticiado, mas deveria ter frisado que se tratava de um caso suspeito para não gerar toda essa situação. O erro foi ao repassar a informação. Em conjunto pedimos desculpas a família”, sublinha.
Andréa afirma que a família está inconformada por não ter se despedido do pai, pelo caixão ser lacrado e por não poderem fazer um velório digno. “Sofremos porque não conseguimos estar junto com familiares e amigos que tanto o amavam. Esperamos que ninguém passe por essa situação e que não repassem informações sem terem certeza do fato”, salienta.
A direção do Hospital Estrela (HE), por meio da assessoria de imprensa, informou que a falha foi percebida logo após a emissão do boletim. A instituição optou por aguardar o laudo para fazer a retificação. Quando o resultado retornou negativo do Lacen, imediatamente, o setor de Enfermagem entrou em contato com os familiares do paciente para esclarecer o ocorrido e desculpar-se. “A direção reconhece e lamenta profundamente o erro cometido no processo de notificação deste caso”, afirma a nota.
A casa de saúde reforça que a informação de “caso suspeito” constou, corretamente, no atestado de óbito, na notificação para o Estado, assim como na informação à família. “Em 15 meses de pandemia, período em que o HE emite boletins diários relativos aos casos de Covid-19, essa é a primeira vez que ocorre um equívoco”, analisa.
O hospital ressalta que revisa todas as etapas do processo e reforça as orientações aos colaboradores envolvidos para assegurar a precisão e a transparência de todas as informações.