Durante a gestação, a hora de definir o nome do filho que está por vir é um momento crucial. Muitos detalhes são avaliados: os apelidos que podem surgir, a facilidade da pronúncia e a popularidade. No Brasil, em 2022, os mais registrados foram “Helena” e “Miguel”, conforme o BabyCenter Brasil. O ranking, que existe há 14 anos, foi feito a partir dos dados referentes a 294 mil bebês nascidos neste ano e cadastrados na plataforma digital.
Há dois anos, Miguel se mantém no topo da lista. Para Élia Luiz, mãe de um casal de gêmeos de três anos, batizar o terceiro filho com o nome ganhou um significado marcante. “Miguel é muito importante para mim, é o nome do meu tio e padrinho que me criou como pai”, conta. Em janeiro, o tio de Élia faleceu sem que ela conseguisse se despedir. Pouco tempo depois, ela descobriu a gravidez, mesmo com todos os cuidados anticoncepcionais.
“Eu entendi que Deus me enviou um presente, eu tive certeza que seria um menino e o nome seria Miguel para representar o amor infinito que sinto por ele”, conta. Na gestação dos gêmeos, Élia já queria ter registrado o nome. Dessa vez, teve certeza e não cogitou uma segunda opção.
Origem e significado
Ainda entre os meninos, o segundo lugar é de “Arthur”. Entre eles, o pequeno Arthur Leal Staudt, filho do casal de jornalistas, Renata Leal Staudt, 33, e Marcus Vinicius Staudt, 36.
A mãe de primeira viagem conta que a gravidez foi desejada e que a escolha pelo nome ocorreu já no início da gestação, antes mesmo de saber o sexo do bebê. “Nós estávamos conversando sobre sugestões de nomes para menina e menino e entre vários que eu ia citando, antes de qualquer pesquisa, falei Arthur e o Marcus gostou da ideia”, conta Renata.
Em consenso sobre a escolha, o casal buscou pela origem do nome, que significa “urso”, “homem-urso”, “rei urso”, “forte”, “nobre”, “corajoso”, e gostou ainda mais da alternativa. “Também porque sabíamos que ia nascer e ser do signo de leão, achei que combinava bastante”, lembra a jornalista.
Sem outra opção de nome masculino, os pais só precisam decidir se o nome teria ou não o “H” na grafia e optaram pelo uso da letra. “Já ouvi que muitos meninos chamados ‘Arthur’ são sapecas e tinhosos, mas vamos lutar contra as estatísticas [risos]”, brinca Renata.
Em cada nome, uma história
O terceiro lugar da lista de nomes mais populares do ano foi ocupado por “Gael”. Em Lajeado, esse é um nome que carrega uma boa história. Nascido em março de 2022, o pequeno Gael, filho de Adriano Tieze, 31, e Kamila Costha, 30, é um dos sócios-torcedores mais jovens do Clube Esportivo Lajeadense.
A escolha do nome foi feita a partir da sugestão de um amigo de longa data, que depois se tornou o padrinho do menino. A opção agrada ao casal, que tinha dificuldades para entrar em consenso. “Nosso critério de escolha foi um nome que nós dois aprovássemos”, conta Adriano.
Na lista das meninas
No segundo lugar do ranking para os bebês femininos está Alice, e esse foi o nome escolhido por Cleonice Rosa de Borba, 42, e o marido Sidney Braga de Borba, 46, para a filha que nasceu neste ano. A mãe conta que a gestação, apesar de não planejada, trouxe alegria para a família, e os meses seguintes, depois da descoberta, foram tranquilos, até a 37ª semana, quando o parto teve que ser induzido. A menina nasceu no dia 10 de novembro.
Cleonice conta que, na hora de escolher o nome da filha, queriam que começasse com a letra “A”. “O nome da minha mãe começava com a letra. Ela queria muito uma neta e faleceu antes da gravidez. E o nome do meu pai também começava com a letra ‘A’ e estava doente na época. Ele faleceu um dia depois de conhecer a Alice”, lembra a mãe.
Além disso, acreditava que Alice combinava com Cleonice, e considera um nome delicado. Outro nome na lista do casal era Cler. Mas a história com os avós da menina foi mais importante na hora da escolha.
Popularidade ao longo dos anos
Na década de 1970, Adriana e Marcelo começaram a aparecer mais no Censo; A dramaturgia também interfere na escolha dos nomes. Em 1995, a Rede Globo exibia a novela Explode Coração, com uma protagonista chamada “Dara”. Eram apenas 163 Daras nos anos 1990, e foram contabilizadas 7.648 na década seguinte; Cauã passou de 2.069 pessoas na década de 90 para 83 mil na década passada, com o estrelato do ator Cauã Reymond;
Em 1997, Claudia Raia batizou seu primeiro filho como Enzo. Segundo levantamento do Splash UOL, o IBGE aponta que 44 mil pessoas foram registradas com o nome no ano 2000. Em 2017, o site BabyCenter mostrou um ranking com os nomes mais escolhidos pelos brasileiros e Enzo estava no topo. Conforme o Censo Demográfico 2010, Maria, José e Ana eram os nomes mais populares no Brasil naquele ano.
Nomes mais escolhidos do ano
Meninos
1. Miguel
2. Arthur
3. Gael
4. Théo
5. Heitor
6. Ravi
7. Davi
8. Bernardo
9. Noah
10. Gabriel
Meninas
1. Helena
2. Alice
3. Laura
4. Maria Alice
5. Sophia
6. Manuela
7. Maitê
8. Liz
9. Cecília
10. Isabella