Jornal Nova Geração

ESPECIAL STR 60 ANOS

História de força, lutas e conquistas

Ao longo das seis décadas de existência do STR, a união da classe trouxe melhorias para a vida dos produtores. Força do movimento sindical garantiu aposentadoria aos trabalhadores, entre outras conquistas

Antiga sede do sindicato foi utilizada desde a fundação, até a construção de um novo prédio, em 1975

O Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Estrela surgiu da necessidade dos produtores terem uma referência para atendimentos e defesa dos seus direitos. No início, a entidade ofertava consultas médicas e odontológicas, além do apoio técnico para o campo. Em 1963, a associação de pequenos agricultores do município originou o sindicato, fundado em 6 de maio.

Nos primeiros anos, a sede foi em um prédio antigo, “uma casa simples”, de acordo com os registros do sindicato, que já existia na esquina das ruas Venâncio Aires e Tiradentes. Em meados dos anos 1970 iniciou a construção da nova estrutura, que foi inaugurada em 1975. Muitos dos associados antigos ajudaram a construir o local e ofereceram mão de obra gratuita.

“O sindicato é uma entidade de classe que visa auxiliar os associados, em seus anseios e dificuldades”, diz a secretária Ana Beatriz Eidelwein. A formação do STR em Estrela é anterior, por exemplo, à criação da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS), fundada em outubro de 1963, o que destaca a tradição da associação no município.

Eventos mobilizam produtores rurais ao longo das seis décadas, tanto em assembleias, quanto em ocasiões festivas

Mobilizações nas ruas

A força do sindicato fica evidente quando são lembradas as conquistas ao longo dos 60 anos. No entanto, as mobilizações recentes despontam como as mais marcantes. Uma delas é a luta contra a reforma da previdência, entre 2016 e 2017. “Fomos para as ruas e fizemos alguns manifestos aqui na região e também em Porto Alegre e Santa Cruz. Assim conseguimos manter a idade para a aposentadoria dos nossos trabalhadores rurais”, relembra o presidente do STR, Rogério Heemann.

Antes disso, as lutas garantiram aposentadoria integral para os homens que recebiam meio salário mínimo, enquanto as mulheres sequer tinham direito ao benefício. Por outro lado, nos últimos três anos, as graves estiagens levaram os representantes da classe às ruas novamente, em movimentos que pediam maior agilidade do poder público para amenizar os prejuízos dos produtores.

Festa do colono e do motorista leva centenas de pessoas às ruas, em desfiles com caminhões e máquinas agrícolas decoradas

Três décadas de confiança

Funcionária mais antiga do sindicato, Lilian de Castro, 60, completará 30 anos no atendimento ao público em julho deste ano. Ela fala com orgulho do período e das inúmeras oportunidades de auxiliar os produtores. “Nunca fui tão certeira em algo como em trabalhar aqui. Mesmo sem saber quem tu vai atender, quais os problemas que a pessoa vai trazer, ou no que a pessoa precisa de ajuda, é muito gratificante quando conseguimos resolver.”

Funcionária mais antiga do sindicato atua há 30 anos no local, com foco no atendimento aos associados

Residências aos produtores

Alguns momentos de maior demanda são recordados por Lilian. A criação da Cooperativa Habitacional da Agricultura Familiar (Coohaf), no início dos anos 2000, vinculado ao Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR) é um deles.

Estrela teve quatro casas construídas, dentro das regras determinadas pelo governo federal, que indicava tamanho e períodos para eventuais ampliações, mediante fiscalização. O programa foi pioneiro no Brasil e utilizava como contrapartida a terra e a mão de obra dos agricultores.

Festa para a categoria

Comemorado em 25 de julho, o Dia do Colono e do Motorista voltou a figurar no calendário do sindicato em 2014, após alguns anos de ausência. “O padre Azabido Ludwig nos desafiou a retomar a festa”, recorda Ana Beatriz. Desde então, interrupção apenas em 2020 e 2021, por causa da pandemia.

No evento é entregue o Troféu Frontino Caye, uma homenagem ao primeiro presidente do STR. A honraria vai para agricultores que se destacam em oito categorias. Durante a festa também ocorre o desfile com máquinas agrícolas e caminhões enfeitados.

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