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IECLB 150 anos: fé luterana constrói comunidades e apoia a cultura

Da ação social ao Festival do Chucrute, comunidade evangélica contribui para o desenvolvimento da cidade desde antes de sua criação

Foto: Marcelo Grisa

A parede ao fundo do altar da igreja sede da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil (IECLB), no centro de Estrela, é composta por um mosaico de tijolos de diferentes tamanhos, cores e texturas. Esse elemento fala muito sobre a reunião dos fiéis em torno da religiosidade no município.

A Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil possui cerca de 1,3 mil pessoas inscritas em Estrela (Foto: Divulgação)

“Cada um tem o seu papel e é importante para o acolhimento de todos”, afirma a presidente da comunidade, Aneli Sehn. Ela trabalha há 20 anos nos grupos da comunidade evangélica, que completa 150 anos de existência na próxima segunda-feira, 1º de maio. A organização luterana precede a criação do município, que completa, em 2023, 147 anos.

Raízes históricas

A comunidade como alicerce da fé é algo que vem desde as origens da IECLB. O pastor Ademar Giese lembra que, em 1873, quando os imigrantes alemães começaram a estabelecer a fé luterana na cidade, o Brasil ainda não era um país laico. “Era também uma questão de sobrevivência. Eles trouxeram a sua experiência e se organizaram, e a comunidade surgiu sem pastor”, aponta.

Essa seria a realidade de muitas comunidades no interior do Brasil até o estabelecimento da República, em 1889. Até então, a Igreja Católica era a religião oficial.

A solução para isso era a comunidade nomear um “pseudo-pastor” para rezar os cultos e executar outros ritos.

Aneli Sehn se dedica à comunidade luterana há 20 anos (Foto: Marcelo Grisa)

Dedicação e doação

Aneli Sehn está no segundo mandato na presidência, após gestões de seu esposo, Ernani.

Ela relata que, quando foram convidados a trabalhar na comunidade, em 2003, ambos trabalhavam bastante. Ernani entregava diferentes jornais, dentre eles o próprio Nova Geração. Aneli, por sua vez, estava em uma loja de calçados. “A gente achava difícil poder fazer isso pelos nossos horários. Mas um senhor nos disse que eles procuravam pessoas ocupadas. Ele tinha razão. Essas são as que podem agregar mais para o coletivo”, afirma.

Como presidente de comunidade na IECLB, Aneli também atua na organização de eventos como o Festival do Chucrute. A igreja se sustenta de colaborações mensais de seus membros, e a tradicional festa, que está em sua 56ª edição, serve também para os grandes projetos da comunidade. “No ano passado, por exemplo, o Festival proporcionou uma reforma necessária para adequar a cozinha às atuais leis sanitárias”, explica.

O principal desafio, segundo a presidente, é a renovação para manter o trabalho voluntário na comunidade. “Nós precisamos nos adaptar para que todos que querem possam contribuir da maneira que podem, com o tempo que têm”, fala Aneli.

Acolhimento

O cuidado para com a comunidade se manifesta também a partir de ações sociais da IECLB, . A partir de grupos como a Diaconia, a comunidade evangélica procura levar ajuda a quem precisa. Arrecadação de roupas, alimentos, a operação de um brechós e reuniões de orientação espiritual estão entre as iniciativas luteranas.

Aneli Sehn acredita que essa missão é parte de uma vocação que ocorre pela própria característica da fé. “Nós somos acolhidos aqui nos braços de Deus. Devemos fazer o mesmo, acolhendo a todos que podemos”, diz.

Homenagem

A câmara de vereadores de Estrela também homenageou os 150 anos da IECLB no município. Em uma sessão solene na segunda-feira, 24 de abril, além dos evangélicos, o Legislativo concedeu o título de honra ao mérito à Paróquia Santo Antônio, da Igreja Católica, que também faz um século e meio de história em 2023.

Dentre os presentes esteve Lilian Lengler. A ex-vereadora estrelense fez parte da diretoria da Federação Luterana Mundial na década de 1990.

Líderes da IECLB e o pastor Ademar Giese (ao centro) receberam homenagem na câmara de vereadores nesta semana (Foto: Karine Pinheiro)
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