Valorização da arte e fomento do turismo. A partir de julho, Imigrante inicia a construção do Centro Cultural. O teatro, com 156 lugares, será um anexo ao Convento São Boaventura, no Bairro Daltro Filho, e poderá receber oficinas, seminários, reuniões e apresentações culturais.
O secretário de Administração, Planejamento e Finanças de Imigrante, Charles Porsche, lembra que as tratativas para a realização do projeto iniciaram em 2014, após uma produtora perceber a possibilidade de reestruturação do Convento por meio da Lei de Incentivo à Cultura (LIC).
Em 2019 houve adequações em função de captações e valores. Mas foi somente no início deste ano que o projeto recebeu seguimento por parte da Administração Municipal e foi enviado ao Legislativo. “Para a reestruturação foi imprescindível ter o teatro, por ser um espaço cultural. Se não tivesse, talvez ele nem teria sido aprovado”, aponta.
Aprovado
Através do Projeto de Lei 027/2021, aprovado por unanimidade pelos vereadores na sessão de terça-feira, dia 25, o município firmará convênio com o Instituto Cultural São Francisco de Assis. O custo total da obra está orçado em R$ 1,8 milhões, sendo que serão repassados pela prefeitura R$ 326.240,70. O valor será pago em duas etapas: uma em 2021 e o restante em 2022.
O projeto
O gigante de pedra gres, construído na década de 1940, remete ao estilo dos mosteiros franciscanos europeus e possui uma capela em estilo medieval. Em 2013, a equipe de arquitetos da Escaiola Arquitetura Rara, iniciava um processo de projeto, arquitetônicos e cultural, voltados para a restauração do Convento Franciscano São Boaventura, bem como a inserção de um teatro que fomentará a cultura local e regional.
Segundo as arquitetas Cristiane Rauber e Juliana Betemps, o projeto de restauro contempla melhorias no complexo, assim como a inserção de novo teatro. O Centro Cultural será operacionalizado em parceria entre os freis do Instituto Cultural São Francisco de Assis e a prefeitura, para uso da comunidade de Imigrante e região. A conclusão da restauração e construção do anexo estima-se para abril de 2022, a depender da pandemia.
Cristiane destaca que a empresa, ao compartilhar as experiências profissionais com a comunidade, se torna mais efetiva na obra. “É desta forma que teremos as sementes da preservação plantadas e cultivadas espontaneamente em nosso país”, afirma.
Obra que será destaque na região
Conforme o prefeito Germano Stevens, o Convento é o principal ponto turístico no município e anualmente recebe muitos visitantes. A construção do anexo deve incrementar o turismo e fazer com que a economia se fortaleça, já que a obra será destaque na região. “Temos convicção de que este projeto vai alavancar nosso turismo e comércio. A ideia é ‘segurar’ os visitantes, porque aqui tem muitas belezas e rotas para serem exploradas. Por isso, a partir do ano que vem teremos um foco maior na questão turística e cultural”, explica.
O prefeito afirma que, no pós-pandemia, quem estiver preparado vai “colher frutos”. Para isso, os municípios devem se unir para tornar o Vale do Taquari uma rota que competirá com a Serra Gaúcha. “Pelas características da região e belezas naturais, temos um potencial turístico enorme, mas que precisa ser lapidado”, ressalta. Segundo Stevens, a parceria público e privada deve cada vez mais acontecer. “É necessário envolver a sociedade nas questões públicas, só assim poderemos sonhar com obras como esta”, salienta.
“Vai ser um marco para a cidade”
Um Centro Cultural traz benefícios para o município, mas principalmente para os artistas. Conforme o ator, diretor e arte educador, Marcelo Brentano, de nada adianta um prédio se não existe a alma e energia dos artistas. “É maravilhoso porque é mais um lugar preparado para recebê-los. Quando se investe na construção de um centro como este, quem ganha são as pessoas”, destaca.
Brentano atua em Imigrante, Nova Bassano, Veranópolis, Colinas e São Sebastião do Caí. Segundo ele, a região possui diversos espaços com auditórios para teatro, mas quando isso é pensado por uma pequena cidade, torna-se um diferencial. “Teremos mais uma potencialidade no Vale que poderá receber artistas de todo mundo, ensaios, fóruns, formação de novos artistas e criação de novos espetáculos, palestras e oficinas. Vai ser um marco para a cidade. Há muitos anos Imigrante investe na cultura das crianças, adultos e idosos”, ressalta.
Parcerias
De acordo com o diretor, investir na arte é investir no ser humano, por isso é necessário recurso público, empresarial e da comunidade. “Na pandemia vimos o quanto é importante este setor. As entidades privadas e públicas precisam fazer parcerias, pensar em políticas voltadas para essa área”, pontua.
O Centro Cultural possibilitará também a geração de emprego, pois fomenta, por exemplo, a contratação de técnicos de luz e som. “Vai movimentar o setor cultural porque terá bilheteria, artistas remunerados e possibilidade de trabalho na região”, conclui Brentano.