Jornal Nova Geração

ESTRELA

Infestação pelo mosquito da dengue dobra em três meses

Todos os bairros com armadilhas indicam presença de larvas do Aedes aegypti. Em 2024, são 16 casos confirmados da doença

Agentes de endemia reforçam combate aos focos de proliferação do mosquito transmissor da dengue e outras doenças (Foto: Jhon Willian Tedeschi)

A Secretaria de Saúde concluiu a análise dos resultados de duas iniciativas que buscam melhor identificar potenciais focos do mosquito Aedes aegypti. O primeiro ciclo das chamadas “Armadilhas de Ovitrampas” mostrou forte índice de infestação, e o Levantamento de Índice Rápido de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) mais que dobrou em relação ao último registrado ao fim de 2023.

Conforme análises, o índice de infestação apontou 16,3. O número é o dobro do último de 2023 (feito a cada três meses), quando apontou índice de 7,4, o que já é considerado altíssimo pelas autoridades. Neste último levantamento não teve bairro que não indicasse a presença do mosquito.

Segundo o diagnóstico, há pontos com alta infestação, principalmente nos bairros Boa União, Indústrias, Estados, Imigrantes, Moinhos, Pinheiros e Centro. A partir destes resultados, os agentes de endemia intensificam os trabalhos nas áreas mapeadas, principalmente nas com maior incidência de focos. Outras ações de combate e conscientização foram efetivadas no fim de semana, com mais um mutirão de limpeza, agora no bairro Imigrantes.

Houve recolhimento de entulhos, roçadas, higienização e limpeza de espaços de convivência, pinturas de caçadas e outras iniciativas, como também de alerta contra a Dengue. Contudo, o governo ressalta a importância da população colaborar, visto que a maioria dos focos e criadouros se dá em áreas particulares, pátios, onde inclusive as equipes de saúde e limpeza não tem acesso, e por total desleixo de moradores em situações de prevenção já muito divulgadas quando o assunto é o combate ao mosquito.

Armadilhas

De acordo com a análise, das 96 ovitrampas instaladas e distribuídas pelos bairros Boa União, Pinheiros, Indústrias, Moinhos, Estados, Oriental, Centro, Imigrantes, Alto da Bronze e Cristo Rei, 97% tinham ovos do Aedes aegypti. Alguns locais com até mais de 220 ovos, e outros com incidência bem menor, com até três ovos. O bairro Centro foi o que apresentou os piores números, com até 224 ovos. A média por armadilha ficou em 33%.

As ovitrampas são um modelo de armadilhas instaladas em pontos estratégicos que buscam captar ovos do Aedes aegypti – faz parte do Projeto Piloto das Ovitrampas do Estado. As armadilhas consistem em vasos de planta sem furo e palhetas de madeira (eucatex).
Nestas são colocadas água com levedo de cerveja para atrair a fêmea do mosquito a depositar os ovos no local (ovoposição). Essas armadilhas ficam por cinco dias no local – geralmente em residências, com autorização dos moradores – e depois são recolhidas – mas sem riscos pois são tiradas antes de se tornarem criadouros do mosquito.

Casos da doença

Os relatórios dos casos da doença são semanais. Este ano, Estrela registra 16 casos confirmados e sete suspeitos ainda em análise. Em 2022, os casos de dengue iniciaram em 10 de março e totalizaram 487 pessoas contaminadas. Em 2023 foram 920 casos, com um óbito, ocorrido em abril, durante a época que se registrou a maior incidência da doença, muito provavelmente pela proliferação dos criadouros do mosquito ao longo do verão.

Para o combate as orientações são:

• Evitar água parada, em qualquer época do ano, mantendo bem tampado tonéis, caixas e barris d’ água ou caixas d’água; acondicionar pneus em locais cobertos; remover galhos e folhas de calhas; não deixar água acumulada sobre a laje; retirar os pratos dos vasos de plantas; fazer sempre a manutenção de piscinas, tratando as com cloro.

• Ainda, é importante ficar atento aos sintomas da dengue, que incluem febre alta, dor de cabeça intensa, dor nas articulações e erupção cutânea. Em casos mais graves, o paciente pode apresentar também dor abdominal, vômitos persistentes, diarreia, desânimo e sangramento de mucosa. Mais informações na Vigilância Ambiental (3891-1042).

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