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OPINIÃO

Inovação é assunto de mulher

"Faltam referências e incentivo para que elas sejam encorajadas a se tornarem cientistas, líderes e empreendedoras. No Rio Grande do Sul, apenas 17,5% das fundadoras de startups são mulheres, conforme dados da Associação Brasileira de Startups em 2022”

O Rio Grande do Sul foi eleito, por duas vezes consecutivas, o estado mais inovador do Brasil, de acordo com o Ranking de Competitividade dos Estados do Centro de Liderança Pública (CLP). Esse posto não foi conquistado de uma hora para a outra. Ele envolve um trabalho consistente e sistêmico de anos, que une a chamada quádrupla hélice da inovação (universidades, governo, empresas e sociedade civil organizada).

Em nosso estado, temos cérebros qualificados, temos talentos, temos o ecossistema pujante que permite alcançar as façanhas que alcançamos. Porém, ainda temos que caminhar rumo à equidade de gênero no setor de inovação, ciência e tecnologia, incentivando meninas e mulheres, sobretudo nos chamados setores STEM (sigla em inglês para as áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharias e Matemática).

De acordo com uma pesquisa da plataforma Força Meninas, divulgada em fevereiro deste ano, 62% de meninas de escolas públicas não conhecem nenhuma pessoa que atue profissionalmente nas áreas STEM. Faltam referências e incentivo para que elas sejam encorajadas a se tornarem cientistas, líderes e empreendedoras. No Rio Grande do Sul, apenas 17,5% das fundadoras de startups são mulheres, conforme dados da Associação Brasileira de Startups em 2022.

Como secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia e Bacharel em Química Industrial, sei que temos poucas referências. Apoiei-me em gigantes que nos precederam, como a pesquisadora e química Marie Curie – duas vezes laureada com o Nobel. Ainda hoje, olho para outras mulheres. Somos cada vez mais em postos de tomada de decisão. Afinal, está comprovado que, quando mulheres assumem postos de liderança, são criadas políticas mais sistêmicas e eficientes, que beneficiam um número maior de pessoas, o que aumenta, também, o retorno financeiro de projetos.

Meu desejo para este 8 de março é que, em breve, não precisemos mais falar sobre igualdade de oportunidades, porque essa será nossa realidade: mulheres ocupando cargos de liderança com naturalidade, seguindo carreira na área que desejam. Enquanto isso, a data serve como lembrete do quanto ainda temos que caminhar. E a inovação não pode desconsiderar este olhar de gênero.

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