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COOPERATIVISMO

Languiru confirma retomada da produção e venda de rações

Anúncio indica a volta da operação dentro da capacidade produtiva da fábrica de rações de Estrela. De acordo com presidente da cooperativa, venda do frigorífico de suínos de Poço das Antas deve ser concluída nos próximos dias

Audiência debateu os impactos socioeconômicos da crise na cooperativa e contou com a presença de líderes da região (Foto: Divulgação)

A Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo da Assembleia Legislativa (ALRS) colocou as dificuldades enfrentadas pela Languiru em pauta na manhã da segunda-feira, 28. Os impactos da crise foram apresentados e debatidos por integrantes do legislativo, líderes regionais e representantes da cooperativa.

No evento, três importantes anúncios foram feitos. Um deles, foi em relação à venda do frigorífico de suínos em Poço das Antas, que nas palavras do presidente da Languiru, Paulo Roberto Birck, está “indo aos finalmentes”. Ele mantém a expectativa da situação se resolver nos “próximos dias ou mês”. São duas propostas em fase de conclusão. “Quem vier primeiro, vai levar”, acrescentou.

O plano para pagamento de credores, que envolvem produtores, fornecedores, terceirizados e prestadores de serviço, deve estar pronto para publicação até o fim de setembro. Por fim, foi confirmada para o início de setembro a retomada da fabricação de rações para comercialização, na planta de Estrela.

O “carro-chefe” será a nutrição animal para gado leiteiro, atendendo todo o ciclo produtivo da cadeia, desde o pré-parto até a fase de lactação. Além disso, retornam ao mercado alguns itens da nutrição animal para frangos e aves de corte e postura, suínos e gado de corte. A comercialização das rações iniciou nesta semana e a entrega dos primeiros volumes produzidos começa nesta sexta-feira, 1º. A cooperativa estima a venda de até 2 mil toneladas por mês.

Impacto socioeconômico

O presidente explicou ainda que desde o início da gestão foi apresentado aos municípios envolvidos como eles poderiam ser atingidos, principalmente os que possuem planta fabril e geram mais engajamento da população. “A cooperativa vai ser bem menor do que ela já foi, mas ela continuará existindo se tivermos o apoio e união de todos.”

Ele destacou a pequena redução no número de associados, que saiu de 5,8 mil em dezembro do ano passado para 5,5 mil em junho deste ano – destes 1,9 mil se mantém com produção. Por outro lado, o número de colaboradores passou de 3,5 mil no fim de 2022 para 1,5 mil em julho de 2023, com objetivo de reduzir para cerca de 1 mil colaboradores.

Birck pontuou a presença diária do conselho fiscal na rotina da cooperativa como uma das medidas para auxiliar na recuperação. “Isso traz celeridade, transparência e seriedade à tomada de decisões.” Mesmo com a necessidade e projeção de venda de ativos, o presidente garantiu a continuidade das atividades. “Precisamos manter os ativos que são viáveis e trazem recursos à cooperativa”, concluiu.

Preocupação dos prefeitos

Dois prefeitos da região estiveram na audiência pública e manifestaram ansiedade com as dificuldades da cooperativa. “É uma questão social e que envolve o psicológico das pessoas”, comentou a prefeita de Poço das Antas e presidente do G-7, Vânia Brackmann. O frigorífico de suínos do município com cerca de 2,2 mil habitantes empregava 620 pessoas.

O prefeito de Teutônia, Celso Forneck, apontou a preocupação com os investimentos feitos pelos agricultores. “Nossos produtores fizeram dívidas de R$ 600 mil, R$ 800 mil, R$ 1 milhão, até R$ 4 milhões, e agora estão angustiados”, relatou. Enquanto vice-presidente da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat), ele colocou a entidade à disposição para o diálogo.

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