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ECONOMIA E NEGÓCIOS

Languiru convoca associados para apresentar contas

Detalhes sobre dívidas e faturamentos de 2023 serão apresentados em assembleia pela manhã. Pela tarde, diretoria expõe processo de liquidação da cooperativa

Cooperativa tem mais de 5,3 mil associados. Estatuto determina que é preciso no mínimo dois terços para decisões das assembleias serem validadas. (Foto: Filipe Faleiro)

Os resultados econômicos de 2023, ano marcado pela maior crise na história da Languiru, serão apresentados hoje aos associados. Duas assembleias estão agendadas. Pela manhã, com um compilado dos números sobre faturamento, arrecadação de todos os números do relatório da gestão, balanço patrimonial e os demonstrativos de receita e prejuízos de janeiro a dezembro.

No período da tarde, o encontro detalha o período em que a cooperativa entrou em processo de liquidação. Também está prevista a discussão sobre mudanças no estatuto, escolha da comissão de reforma.

Neste aspecto, uma das propostas em análise é encerrar com a possibilidade de reeleição por mais de dois mandatos para a função de presidente. “Para pensar como queremos a cooperativa. Se queremos o modelo de um presidente vitalício. Eu defendo que ninguém é pra sempre, a renovação tem que acontecer ao natural, precisamos ter sucessores. Não podemos recair no erro de não trocar presidente. Tínhamos 5,5 mil associados e 46 eram aptos a serem votados. Temos que rever estes pontos. Além disso, queremos incluir mulheres e filhos de associados na votação”, disse o presidente liquidante, Paulo Roberto Birck, em entrevista à rádio A Hora, em 22 de março.

A chamada ocorre às 8h30min e a reunião começa às 9h30min, com perspectiva de avançar até por volta das 16h. As assembleias ocorrem na sede da Associação dos Funcionários, no bairro Languiru. O total de associados hoje é de 5,3 mil produtores. É necessário ter o quórum mínimo de dois terços para validar as decisões.

Venda dos supermercados

A rede Ávila, com sede em Triunfo e a cooperativa Languiru, anunciam a negociação do supermercado no bairro Canabarro, em Teutônia. Esta transação envolve a venda da operação e locação do prédio.

A empresa que assume o mercado atua há 40 anos. Tem duas filiais na cidade de Taquari. Ao todo, são 240 funcionários. O proprietário do Supermercado Ávila, Luís Ávila, trata desta negociação como um grande marco para a empresa.

Para o início de abril também está prevista a abertura do supermercado Passarela no bairro Teutônia.

Um ano depois

A crise nas finanças da cooperativa veio à tona após reportagem do A Hora, publicada em 3 de março do ano passado. A falta de pagamento para fornecedores, financiamentos bancários e dúvidas sobre as decisões da diretoria passada levaram a renúncia do ex-presidente.

Em 29 de abril, Paulo Birck assumiu como presidente e iniciou o trâmite para liquidação da cooperativa. Junto com o vice, Fábio Secchi, sustentaram a gestão na renegociação com credores, a volta do equilíbrio financeiro e a busca de parcerias para evitar a insolvência.

No período, as dívidas superavam R$ 1 bilhão, em especial pelos prejuízos nos anos de 2021 e 22.

Os dados referentes ao ano de 2022, apresentaram que o segmento de suínos apresentou o maior déficit. Entre o frigorífico, distribuição, trato dos animais nas propriedades e revenda, o prejuízo ultrapassou os R$ 163 milhões.

Em termos de faturamento, a Languiru bateu recorde, com um total de R$ 2,7 bilhões. No entanto, o resultado líquido foi negativo, com o maior rombo na história da cooperativa. houve um prejuízo de R$ 123,3 milhões no período.

O segmento de lacticínios foi repassado à multinacional Lactalis. O convênio com duração de cinco anos foi anunciado em 13 de março do ano passado. O acordo estabelece que a cooperativa vai fornecer todo o leite in natura dos associados à empresa francesa.

Também fica sob responsabilidade da Lactalis o pagamento aos agricultores e dos transportadores. Em 2022, a Languiru captou cerca de 149 milhões de litros de leite. Em resultados, o lucro líquido no segmento chegou a R$ 49 milhões.

Consultoria externa

Os últimos cinco anos de gestão da cooperativa passam por análise de uma consultoria externa. Contratada para avaliar os números, decisões e se existiu algum processo financeiro ilícito, a empresa ainda não finalizou o relatório. A previsão é que seja chamada uma assembleia extraordinária entre maio e julho para apresentar as conclusões.

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