Em 31 de outubro, celebra-se o Dia da Reforma, um marco na história do cristianismo e, especialmente, na trajetória dos luteranos que chegaram ao Brasil e se estabeleceram em Estrela, no Rio Grande do Sul. A colonização da região começou em 1856, e a prática religiosa foi rapidamente incorporada à vida comunitária dos imigrantes alemães. Em 1863, a primeira capela foi erguida na comunidade de Novo Paraíso. Dez anos depois, em 1873, foi criada a comunidade luterana de Estrela, ligada à Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB). O crescimento das comunidades fez com que, em 1906, fosse estabelecida a Paróquia, que passou a reunir os luteranos das regiões do Centro de Estrela, Linha Wink e Novo Paraíso. O compromisso com a educação foi outra herança dos imigrantes luteranos, que, em 1904, fundaram a Escola Paroquial Luterana, precursora do atual Colégio Martin Luther. Esta instituição de ensino é uma referência em educação de qualidade e valores, mantendo o legado dos pioneiros.
Avanços em habitação, saúde e desenvolvimento social em Estrela – 2013 a 2016
O primeiro mandato do prefeito Carlos Rafael Mallmann, entre 2013 e 2016, foi marcado por um forte comprometimento com a valorização de áreas essenciais como educação, mobilidade urbana, agricultura e saúde. Durante esse período, a prefeitura de Estrela implementou iniciativas inovadoras e estruturantes, com atenção especial às políticas sociais e habitacionais. Um dos projetos mais significativos dessa gestão foi a entrega do conjunto habitacional Nova Morada I e II, com 250 residências de 46 metros quadrados cada. Realizado em parceria com o Programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, o investimento de mais de R$ 23 milhões representou o maior projeto habitacional da época em Estrela.
Na área da saúde, Mallmann realizou outro grande avanço com a inauguração da Unidade Básica de Saúde (UBS) do Bairro Boa União. Esse investimento em saúde reforçou a importância de cuidar da população de maneira acessível e integrada, ampliando o acesso aos serviços de saúde e promovendo a qualidade de vida dos estrelenses.
Estrela e os desafios da administração em tempos de revolução 1892-1893
Em 10 de outubro de 1892, Joaquim Alves Xavier assumiu o cargo de primeiro intendente de Estrela, tornando-se o responsável pela organização inicial do governo municipal. Uma de suas primeiras ações foi a promulgação da Lei Orgânica do município, um marco que estabeleceu as diretrizes básicas para a administração local. Xavier também deu início ao processo de estruturação da gestão pública, organizando as atividades dos poucos servidores que compunham o quadro funcional da época e definindo suas responsabilidades. Entre as medidas de Xavier, estava a implementação de um sistema de cobrança de impostos e taxas municipais, fundamental para garantir a arrecadação necessária ao desenvolvimento do recém-criado município. No entanto, a Revolução Federalista, que eclodiu no Estado em 1893, trouxe instabilidade à região e atingiu diretamente o município de Estrela. Com a chegada de forças insurgentes e a iminente invasão de Estrela, Joaquim Alves Xavier abandonou seu posto e fugiu, deixando o cargo de intendente.
Liderança e resiliência em tempos de conflito em Estrela entre 1893 e 1900
Pércio de Oliveira Freitas assumiu a administração de Estrela em um período de grande instabilidade, ocupando, entre 1893 e 1900, os cargos de subintendente, intendente nomeado e, mais tarde, intendente eleito. Sua gestão ocorreu em meio às consequências da Revolução Federalista, que trouxe conflitos e incertezas para a região. Como líder local, Freitas enfrentou desafios complexos, especialmente no que diz respeito à cobrança de impostos, fundamental para manter o município funcionando. Apesar das dificuldades, Pércio de Oliveira Freitas mostrou-se um gestor determinado a reorganizar a administração e retomar a estabilidade de Estrela. A partir de 1895, com o enfraquecimento dos conflitos e a redução da instabilidade, o município começou a dar passos rumo à normalidade. Freitas intensificou os esforços para restabelecer os serviços públicos e fortalecer a administração municipal, garantindo que as instituições começassem a operar novamente dentro da legalidade e das normativas locais.