Jornal Nova Geração

Opinião

Airton Engster dos Santos

João de Oliveira Belo e seu legado literário no Alto Taquari

João de Oliveira Belo, nascido em 11 de março de 1896, foi uma figura notável na região do Alto Taquari. Exator estadual e presidente da Sociedade Ginástica entre 1942 e 1943, ele dedicou sua vida à documentação e celebração do desenvolvimento local. Seu livro “O Alto Taquari – Aspectos de seu Desenvolvimento”, publicado em 1954 por O Paladino, é uma monografia abrangente que detalha os municípios de Estrela, Lajeado, Encantado e Arroio do Meio. Com 237 páginas, a obra é uma rica fonte de informações históricas, oferecendo um olhar aprofundado sobre o crescimento e as transformações da região. Além disso, o livro apresenta ilustrações das comemorações do Jubileu de Diamante de Estrela, em 1951, capturando momentos significativos da história local. João de Oliveira Belo faleceu em 2 de setembro de 1977, e foi sepultado no Cemitério Católico de Estrela, ao lado de Maria Freitas Belo. Seu legado literário e seu compromisso com a preservação da história da região continuam a ser reconhecidos e celebrados até hoje. É uma inspiração para todos nós, lembrando-nos da importância de documentar e valorizar a história local para as gerações futuras.

As Colônias de Estrela após a Primeira Guerra Mundial

Após a Primeira Guerra Mundial, as comunidades do interior de Estrela, no Rio Grande do Sul, passaram por significativas mudanças. Muitos nomes de localidades com raízes alemãs foram alterados: Berlim tornou-se Almirante Barroso, Kohl foi renomeada para Castro Alves, Krupp para Paysandu, Bismarck para Olavo Bilac, Moltke para Marechal Mallet, e Frederico Guilherme passou a ser chamada de 11 de Novembro. Essas mudanças refletiam uma tentativa de nacionalização e de distanciamento dos nomes germânicos, em um contexto de intensificação do nacionalismo brasileiro. As paisagens dessas comunidades eram marcadas pelo estilo enxaimel das residências, que refletiam a herança arquitetônica alemã. No centro da vida econômica e social estava a venda, um estabelecimento que abastecia as famílias interioranas com produtos variados. As vendas funcionavam como casas de secos e molhados, comprando dos colonos itens como banha, manteiga, ovos e milho, que eram depois comercializados em locais como Porto Alegre. As produções eram tão abundantes que muitas vezes as remessas de produtos desde as colônias até os portos necessitavam de várias viagens. Esse dinamismo econômico evidenciava a força produtiva das comunidades coloniais, que desempenhavam um papel vital na economia regional.

VI Encontro da Família Eckert

O VI (sexto) Encontro da Família Eckert será realizado no dia 10 de agosto de 2024, em Nova Candelária, um local que se tornou lar para muitos membros da família nas décadas de 1940 e 1950. Este encontro serve como uma celebração das raízes e da história da família, reunindo descendentes para compartilhar histórias, memórias e fortalecer os laços que os unem. Jakob Eckert e Margaretha Sattler foram os pioneiros da família no Brasil, embarcando no porto de Bremen, na Alemanha, em 22 de maio de 1826, com seus cinco filhos. Eles se estabeleceram inicialmente na colônia de São Leopoldo, na Picada Bom Jardim, onde hoje se localiza o município de Ivoti. Essa jornada inicial marcou o início da presença da família Eckert no Brasil, que se expandiu significativamente ao longo dos anos. Na década de 1850, grande parte da família deixou o Vale do Caí em busca de novas terras no Vale do Taquari. Estrela, Lajeado, Santa Clara do Sul e Cruzeiro do Sul foram algumas das áreas escolhidas por esses pioneiros, onde contribuíram para o desenvolvimento econômico e cultural da região.

O transporte nas picadas de Estrela

Era uma verdadeira jornada de resistência e perseverança. Os colonos utilizavam cavalos ou carretas, e não raramente faziam o percurso a pé. A longa distância até Estrela, onde estava localizado o porto, exigia que os transportadores iniciassem sua viagem de madrugada. Esse deslocamento era essencial para a economia local, pois permitia o escoamento de produtos agrícolas e a chegada de mercadorias indispensáveis para a vida nas colônias. A rota mais comum começava na Picada Berlim, descendo até a Picada Schmidt e seguindo por trilhas frequentemente esburacadas e enlameadas, passando pela Picada Franck, Teutônia, Picada Glückauf e Posses, até finalmente alcançar Estrela por volta do meio-dia. O percurso era desafiador, mas os colonos estavam acostumados a superar as adversidades do terreno. Esse esforço era recompensado pela possibilidade de comercializar seus produtos no porto e garantir o abastecimento das colônias. Além dos produtos, as carretas traziam novidades, como jornais, cartas e calendários, fazendo das suas chegadas um evento muito aguardado pela comunidade. Essa dinâmica de transporte foi fundamental para a integração das colônias e o desenvolvimento econômico da região.

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