Jornal Nova Geração

Opinião

Airton Engster dos Santos

O construtor Max Henrique Erichsen

Max Henrique Erichsen, nome que batiza uma travessa no bairro das Indústrias, em Estrela, é uma homenagem a um cidadão notável da cidade. A travessa Max Henrique Erichsen liga as esquinas das ruas José Wilibaldo Fell e Henrique Uebel, paralela ao Trevo da Cidade. Sua contribuição foi marcante na comunidade, especialmente como um dos fundadores e primeiro presidente do Sport Club Rio Branco, fundado em 1947 e renomeado para Sociedade Rio Branco em 1950. Além de seu envolvimento esportivo, Max Henrique Erichsen foi um exímio construtor, responsável por diversas edificações importantes em Estrela. Entre suas obras, destaca-se o monumento do Jubileu de Diamante do município, inaugurado em 1951. Este monumento, uma homenagem conjunta dos municípios de Lajeado, Arroio do Meio e Encantado, foi inaugurado pelo governador Ernesto Dornelles, evidenciando a importância histórica e cultural da obra para a região. A trajetória de Max Henrique Erichsen reflete o espírito de dedicação e contribuição à comunidade. Seu legado permanece nas construções que ajudou a erguer, mas também na lembrança perpetuada pelo nome da travessa e na memória coletiva dos cidadãos estrelenses.

O Caixeiro Viajante Hans Schnitzler

O imigrante alemão Hans Schnitzler foi uma figura icônica no início do século XX no Vale do Taquari. Integrado à comunidade de Estrela, Schnitzler passava a maior parte de seu tempo nos hotéis do município devido à sua profissão de caixeiro-viajante. Em 1913, ele se associou à Sociedade Ginástica. Sua presença e participação ativa na comunidade são registradas em uma foto histórica presente no álbum do Cinquentenário de Estrela. A vida de Hans Schnitzler foi marcada pela constante movimentação e pelo contato com diversos cidadãos do Vale do Taquari. Infelizmente, sua trajetória foi interrompida de forma abrupta em 1932, quando faleceu repentinamente no Hotel Siepmann. Sua morte chocou a comunidade, que perdeu um símbolo da dedicação e do trabalho árduo dos imigrantes alemães na região. Em reconhecimento a sua contribuição e para preservar sua memória, Schnitzler foi sepultado no cemitério católico de Estrela. No local, foi erguida uma escultura em bronze que representa um caixeiro-viajante montado a cavalo, homenageando a vida itinerante de Hans Schnitzler.

O Intendente André Marcolino Mallmann

André Marcolino Mallmann foi uma figura proeminente na história de Estrela, atuando em diversas frentes como advogado provisionado, coronel da Guarda Nacional, gerente do Banco Pfeiffer, conselheiro municipal e intendente. Sua carreira política começou a ganhar destaque nas eleições de 1916, quando foi o conselheiro municipal mais votado, exercendo seu mandato de 1916 até 1920. Reeleito em 1920 como o segundo mais votado, Mallmann continuou a servir até 1924, período em que presidiu a mesa da câmara. Em 1924, Mallmann consolidou sua trajetória política ao ser eleito intendente pelo Partido Republicano Rio-grandense, iniciando seu mandato em 15 de agosto de 1924 e servindo até 1928. Durante seu período como intendente, ele foi responsável por importantes iniciativas e melhorias no município. Um dos seus maiores legados foi o patrocínio e a publicação do Álbum Comemorativo do Cinquentenário do Município de Estrela em 1926, uma obra que celebrou e registrou a história e os avanços da cidade. O impacto de André Marcolino Mallmann em Estrela vai além de suas realizações administrativas; ele deixou uma marca duradoura na memória coletiva da comunidade. Seu compromisso com o desenvolvimento de Estrela e sua dedicação ao serviço público são lembrados com respeito e admiração.

Associativismo nas colônias alemãs

Uma das características dos recém-chegados de origem alemã era o espírito associativo. O lazer, o canto e a música ocupavam uma parte considerável do tempo dos imigrantes, tanto que a hausmusik (música em família) passou a ocupar espaço na igreja, na comunidade e nas sociedades. Desses grupos surgiram os Sängervereine (sociedades de cantores ou pequenas orquestras). Mas havia três tipos de sociedades que marcaram época nas comunidades germânicas: sociedades de cantores (Sängervereine), sociedades ginásticas (Turnvereine) e sociedades de atiradores (Schützenvereine). Na história das localidades alemãs, é de tal profundidade a presença dessas sociedades que a simples palavra “ginástica” significava pessoas de origem alemã que ali cantavam, faziam ginástica, teatro, dança, jogavam cartas, bolão e tomavam cerveja.

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