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“Me tornei um apaixonado por caminhões fazendo miniaturas”

Neir Anschau fabrica réplicas de caminhões há mais de 20 anos. Ele já comercializou quase 100 peças para todo o Brasil. Trabalho exige dedicação e atenção

Seu Neir fabrica réplicas de caminhões desde 2000. Ele une seu conhecimento sobre os veículos com a criatividade (Foto: Karine Pinheiro)

Do sonho de ter carrinhos para brincar na infância à elaboração de miniaturas realistas de modelos de caminhões. Há mais de 20 anos Neir Anschau, de 67 anos, concilia a atividade artesanal com a rotina de motorista, sua profissão há quase 40 anos. Sua ideia inicial era construir sua própria fábrica de brinquedos.

Seu primeiro modelo foi um Mecerdes-Benz 1718A produzido em 2000. Tinha como objetivo produzir algo que não tivesse sido lançado antes e que o desafiasse quanto a dificuldade. A primeira miniatura levou cerca de 6 meses para ficar pronta.

O motorista, primeiramente, construiu artefatos para crianças. No entanto, condutores de caminhões começaram a procurá-lo para replicar os veículos, que de alguma forma, tinham significado emocional. “Me tornei um apaixonado por caminhões fazendo miniaturas para outros apaixonados por caminhões”, conta.

Seu Neir, como é conhecido, antes de dirigir no transporte público de Estrela, conheceu outras estradas quando viajava com seu caminhão. Hoje, aposentado, planeja se dedicar mais à atividade artesanal e ampliar sua produção. Ele destaca que sua experiência com veículos de carga pesada faz toda diferença em seu trabalho. “Eu conheço bastante de caminhões, modelos, para reproduzir. Faço de diversas formas, algumas mais simples e outras mais sofisticadas”.

As peças são feitas a base de madeira. Para iniciar a montagem, Neir separa os moldes que vão dar forma ao veículo. “Tem que ter paciência. São muitos detalhes para trabalhar e cada modelo é diferente do outro. Exige atenção”, explica ele. O motorista monta as peças, seleciona os tamanhos, lixa, arredonda, faz o acabamento e a pintura.

“Tem suspensão e tudo, é bem funcional, além de ficar bonito onde estiver”, relata ao mostrar o desempenho do mini caminhão. O artesão busca retratar os veículos da forma mais fiel possível. Desde os detalhes na “lataria”, à cor do caminhõezinhos, que são pintados com o mesmo código de tinta automotiva dos originais.

Matérias de alumínio, plástico e cromado também fazem parte dos utensílios de montagem. Outros itens, o motorista reaproveita, como parte antigas de carros, os quais recolhe nas oficinas.

“Antes eu fazia tudo no tico-tico”

As miniaturas levam cerca de 1 mês para ficarem prontas. Neir aponta que hoje é muito mais fácil produzir as peças. Ele relata que antes fazia tudo no “tico-tico”, montava os moldes e cortava. Hoje, a tecnologia permite que ele adquira pronto.

Mesmo com o processo facilitado, o motorista afirma o desejo de manter o lado artesanal e manual de seu trabalho. Além de um hobby ou uma profissão, ele enxerga a prática como uma terapia.

Segundo Neir, as ideias surgem e ele testa. Seu conhecimento sobre os veículos e sua criatividade sempre resultam em novas formas de trabalhar. Em decorrência, os veículos são concluídos com faróis bem posicionados, portas que abrem e fecham, suspensões em pleno funcionamento e detalhes como linhas, traçados, marcas, entre outros detalhes, fieis aos originais.

Como forma de aprimorar o produto, o motorista planeja instalar controle remoto. Hoje, cada réplica custa em torno de R$ 1 mil.

Ainda assim, ele destaca que os primeiros e os mais simples são os que mais marcam sua vida. Seu investimento no aprendizado e ver a emoção dos clientes é o que enche seu peito de alegria. Segundo o artesão, é comum as pessoas encomendarem para presentear pais, marido e familiares.

Hoje, sua miniaturas percorrem o Brasil. “Vários estados me ligam pra fazer, porque lá no Norte as pessoas gostam ainda mais. Mas tem clientela aqui. Já fiz pra Imec, Scapini e outras empresas. Eu faço como alternativa de coração para os locais”, também lembrando que seu produto também já chegou no nordeste.

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