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Medalhas em concurso estadual confirmam tradição em laticínios

Prestes a completar 70 anos de trajetória, agroindústria chega a sua terceira geração com nova planta e cinco produtos entre os melhores do RS

Agroindústria produz cerca de 25 toneladas de queijo por mês e usa 8,5 mil litros de leite por dia (Foto: Ed Moreira)

“O reconhecimento mostra que estamos no caminho certo”. Com estas palavras, os prêmios recebidos no 6º Concurso Estadual de Queijos foram avaliados por Alessandra Hollmann, sócia-proprietária da Laticínios do Sul. Recentemente, agroindústria familiar foi agraciada com cinco medalhas: ouro na categoria Queijo Colonial, prata nas classes Provolone, Coalho e Ricota Temperada e bronze no quesito Mussarela.

Promovido pela Associação Gaúcha de Laticinistas e Laticínios (AGL), o concurso concedeu “selos de qualidade” em ouro, prata e bronze, conforme alcance de índices e pontuação avaliadas por renomados jurados do Brasil, Argentina e Uruguai. A Laticínios do Sul, inclusive, dividiu a medalha de ouro do Queijo Colonial com outras sete indústrias, enquanto na categoria Provolone, onde a medalha de prata foi dividida com uma empresa, teve duas industrias premiadas com bronze e nenhuma recebeu o selo ouro.

O concurso, ocorrido em Carlos Barbosa, foi o primeiro disputado pela agroindústria, premiada com os cinco produtos inscritos. “Imaginávamos que teríamos medalhas, mas, apesar da tradição familiar, a medalha de ouro nos surpreendeu”, avalia a sócia-proprietária.

Da primeira à terceira geração

Aos 32 anos, Alessandra foi a última dos Hollmann a ingressar na tradição da família, que está prestes de completar 70 anos de atividade na produção de queijos. Há quase dois anos, ela deixou o ramo coorporativo para, junto do seu irmão Daniel, 39, compor a terceira geração na agroindústria familiar. O movimento se deu pela fundação da Laticínios do Sul, situada na Linha Arroio da Seca Baixa, às margens da Estrada Municipal Estrela, que liga imigrante e Colinas.

A trajetória da família na produção de queijos iniciou em 1953, com seus avós Arno e Paula Hollmann – já falecidos. Segundo Alessandra, na época, o queijo era produzido de forma artesanal. Dos dois filhos, Délio Eduardo, 67, seguiu os passos da primeira geração. Junto da esposa Olga, 64, ampliou o empreendimento ao tornar industrial o processo de produção.

Em 1979, com a nomenclatura Hollmann Laticínios, foi adquirido o Serviço de Inspeção Federal (SIF). “A partir disso, a marca se espalhou pelo Rio Grande do Sul”, conta. Na década de 2000, a terceira geração foi introduzida na figura de Daniel, o primogênito de Délio e Olga.

Em 2011, a empresa foi vendida devido à situação financeira. Depois, a família associou-se à outra empresa, mas decidiu retomar as atividades independentes com a agroindústria de laticínios em dezembro de 2020. Desta forma, Alessandra deixou o mercado financeiro para se juntar aos pais e o irmão no novo projeto da família.

Credibilidade e inovação

Devido à tradição da família no ramo, o empreendimento foi acolhido pelo mercado. “A Laticínios Hollmann deu credibilidade para o surgimento da Laticínios do Sul”, relata Délio Hollmann, ao resumir os primeiros movimentos comerciais do projeto. Segundo ele, a busca pela inovação é uma característica pessoal que marca sua participação na agroindústria familiar. “Eu sempre busquei correr na frente em termos de inovação. É um ramo de muita concorrência, então a credibilidade e o padrão de qualidade é algo que sempre vou prezar”.

Para Alessandra, no entanto, o principal legado da segunda geração é o de trabalhar com satisfação e amor. “O que eu sempre vi no pai foi o brilho no olho em fazer as coisas. Até hoje, quando ele prova um queijo, se percebe a realização dele em estar fazendo aquilo. Ele faz com amor, e isso traz persistência para seguirmos”, afirma.

Foco na produção de queijos especiais

A família Hollmann vai chegar aos 70 anos com uma nova estrutura instituída na Laticínios do Sul. Délio e Olga atuam como conselheiros. Daniel é responsável pela gestão técnica e de produção, enquanto Alessandra opera os setores de administração, comércio e finanças. Ainda, são 17 colaboradores de Imigrante, Colinas e Estrela. A captação de leite é de produtores dos três municípios e de Teutônia.

Atualmente, a agroindústria produz, em média, 25 toneladas de queijo por mês e capta cerca de 8,5 mil litros de leite por dia, com operação de segunda-feira a sábado. São produzidos quatro tipos de queijo – colonial, provolone, coalho e mussarela (com 19 variedades) –, além das duas variedades de produtos lácteos.

Agora, o próximo objetivo é se destacar na produção de queijos especiais. “Nós iniciamos com uma linha mais tradicional de queijos. Mas, nosso foco passa a ser no desenvolvimento de queijos especiais, pois também queremos ser conhecidos e reconhecidos por isso”, projeta Alessandra.

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