Em Colinas, uma das áreas mais afetadas foi o entorno da Escola Estadual de Ensino Médio Colinas, na extensão da rua Parobé. Lá mora o aposentado Mário Knobloch. Às vésperas de completar 64 anos, ele conta que viveu sempre naquela região e que nunca viu nada parecido. “A água subiu uns três metros a mais do que a maior enchente que teve”, relata.
Knobloch teve prejuízos materiais, de móveis e eletrodomésticos, e uma parte da casa está condenada. As perdas fazem ele pensar em se mudar do local, a exemplo de outros vizinhos que tiveram as residências completamente destruídas. “Se tiver que investir muito dinheiro para recuperar a casa para morar nela, vou ficar provisoriamente, mas buscarei outro terreno”, afirma.
Junto dele, moram a esposa e a sogra, mas o desejo por maior segurança supera a necessidade de um maior espaço. “Temos que arrumar um lugar para três, nem que seja pequeno, para recomeçar e depois reconstruir. Longe deste valo”, acrescenta, ao se referir ao rio.
O aposentado lamenta as perdas das pessoas que vivem no entorno e calcula que pelo menos sete casas foram levadas pelas águas do Taquari, além de moradores do interior que perderam animais e a produção agrícola. Ainda assim, encontra espaço para uma ação solidária. Ele foi com a família para uma residência próxima e cedeu o local onde morava para o vizinho Edio Schuster.
O espírito colaborativo para a retomada é destacado por Knobloch. Uma equipe da Metalúrgica Hassmann, de Imigrante, esteve no local para auxiliar na limpeza, assim como pessoas de Teutônia. Ele se emociona ao falar sobre o apoio recebido. “Conseguimos sair dessa com muita ajuda. Temos que agradecer que ainda existem humanos nesse mundo”, conclui.