No fim da tarde de quinta-feira, 21 de outubro, a professora Cláudia Dornelles da Silva, 52, saiu de casa, no centro de Fazenda Vilanova, e fez a caminhada de rotina. Geralmente, o exercício é realizado na companhia de colegas de trabalho e pelo interior, naquele dia, porém, fez o exercício físico sozinha e em perímetro urbano. Ao parar na via lateral da BR-386, próximo à prefeitura, um carro e uma moto pararam e sinalizaram que ela poderia atravessar a faixa de pedestre. No entanto, antes de completar a travessia, uma moto em alta velocidade lhe atingiu.
Cláudia é uma das vítimas que sofreram com atropelamentos e acidentes neste local. Alguns perdem a vida e outros ficam com sequelas, como é o caso da professora, que teve lesões nas pernas, costelas e rosto. As duas vias laterais são motivos constantes de solicitações e reclamações de munícipes que se sentem inseguros com o tráfego e a falta de sinalização.
Conforme Cláudia, que mora há 32 anos no município, desde a duplicação da BR, as laterais ficaram desassistidas. A área é de concessão da CCR ViaSul, portanto a empresa gerencia a manutenção das rodovias. “Perdemos pessoas por irresponsabilidade de motoristas, mas se tivesse condições de segurança, com certeza muitas vidas seriam preservadas”, afirma.
Na sexta-feira, 12, foi feita a colocação de uma lombada. Para a professora, não é suficiente. “As laterais ficaram reclinadas, então a moto pode passar por ali. Incluíram de forma rápida, mas não fizeram pintura. Isso é uma falta de respeito grande com a população”, pontua.
Para ela, seria necessário ainda a implantação de fiscalização eletrônica de velocidade. “Tiraram o pardal e não deram satisfação”, completa.
No máximo 30 dias
A via paralela à rodovia federal será contemplada com três lombadas de cada lado, nas imediações da elevada. Além disso, será incluída mais uma eletrônica próximo ao trevo de acesso à ERS-128, na Via Láctea. Cerca de R$ 100 mil serão utilizados para concluir as obras de melhorias no local.
A equipe da CCR ainda trabalha nas vias laterais, que contempla a colocação de redutores de velocidade, placas e pintura. A sinalização definitiva está em fase de licitação para aquisição e esse processo deve levar, no máximo, 30 dias até a implantação. Enquanto isso, permanece a sinalização provisória, que segue todas as exigências do manual do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). A pintura horizontal das lombadas deve ser feita até esta sexta-feira, 19, caso o tempo permita.
O gerente de Atendimento da CCR, Diogo Stiebler, lembra que a concessionária fez estudos técnicos no local, buscando a identificação das características geométricas e comportamento dos motoristas. Além disso, solicitou junto à municipalidade, informações complementares em relação a origem e destino de pedestres na região. “Logo teremos esse retorno e daremos um parecer técnico para aplicação de dispositivos que possibilitem a redução de velocidade. Desta forma, vamos aumentar a segurança das pessoas”, afirma.
Restauração
O prefeito Amarildo Luis da Silva destaca que o viaduto fica no coração da cidade e não tem infraestrutura adequada para a população. Por isso, trabalham com o intuito de municipalizar a área e, com isso, ter o aval para restaurar o espaço. Na quinta-feira, 11, foi protocolado o projeto junto à CCR. O documento será analisado e, nas próximas semanas, haverá o retorno da solicitação.
“Queremos melhorar a faixa de pedestres embaixo da elevada, organizar um estacionamento, ponto de táxi para embarque e desembarque e melhorar a iluminação pública. Além disso, pretendemos criar uma área de convivência com bancos e lixeiras e canteiros de jardinagem, pois é a passagem que se tem de um lado da cidade para outro”, salienta.