A terra das comunidades divididas em fazendas comemorou 27 anos de emancipação em 22 de outubro. Dia que, em 1995, foi organizado o plebiscito onde os moradores apoiaram a autonomia da cidade, até então 2° Distrito de Bom Retiro do Sul. De acordo com os registros do Executivo, o município de Fazenda Vilanova foi oficialmente criado em 28 de dezembro.
Hoje dividida pela rodovia federal, o desenvolvimento da cidade se deu a partir da construção da BR-386, que facilitou o acesso ao município e proporcionou empregos aos que viviam com recursos agropecuários. Ainda assim, a economia gira em torno do setor primário, que representa cerca de 80% da arrecadação de Fazenda Vilanova.
“Desde que iniciamos a gestão, a agricultura familiar cresceu em torno de 11,4%. Embora seja forte, o agro é um setor que ainda está em expansão. Por isso investimos em aviários, criação de porcos e produção leiteira”, destaca o prefeito Amarildo da Silva. Como forma de incentivo, ele também cita a disponibilidade de máquinas de forma gratuita e serviços veterinários.
Como forma de explorar a localização privilegiada, o município avista novos negócios que impulsionam a economia. O chefe do Executivo destaca as negociações com indústrias que têm pretensão em se instalar às margens da BR-386. “Temos lei de incentivo econômico que atrai os empresários e também áreas nobres na cidade. É um processo que requer tempo e investimento de empresários, mas está vindo”.
Crescimento populacional
Hoje, a estimativa é que Fazenda Vilanova possua cerca de 4,6 mil habitantes. Desde 2010, é o município com maior crescimento populacional na região, quando tinha 3,6 mil moradores. O aumento é de 26,59%, conforme estimativa do IBGE.
O prefeito atribui isso à localização da cidade e aos serviços oferecidos. Segundo ele, a Educação e a Saúde são destaques, com baixa espera para educação infantil e fila zerada para cirurgias eletivas. “Em abril, zeramos a fila de espera para as creches”, aponta.
Geração de empregos
Outra dificuldade apontada pelo gestor municipal é a falta de mão de obra. Segundo ele, é um assunto abordado quando se fala na instalação de novas empresas na cidade. Para Silva, essa é uma crise que afeta todo o Vale do Taquari.
Conforme dados apontados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), Fazenda Vilanova possui saldo negativo de -2 na criação de empregos ao longo de 2022. No último mês, o saldo é um posto de emprego.
Na tentativa de solucionar o problema, um software com o objetivo de impulsionar contratações foi desenvolvido pelo Executivo. A secretária de Administração e Fazenda, Franciele da Rosa Mallmann, explica que o “Emprega Mais” possibilita que candidatos e empresas se cadastrem na plataforma. Sendo assim, o programa fará o cruzamento dos dados e direcionar as vagas de forma mais efetiva.
“Ainda é algo novo e precisamos que as pessoas e as empresas se cadastrem para funcionar. Quanto mais dados inseridos, o site direciona as vagas que as pessoas esperam, e o que a empresa precisa”, esclarece. O “Emprega Mais” também aceita cadastro de outras cidades da região.
Construção de loteamento
De acordo com dados do Ministério da Cidadania, cerca de 14% da população de Fazenda Vilanova vive em situação de pobreza. Um dos motivos apontados é o rápido crescimento populacional e mais de 1,5 mil habitantes estão inseridos no Cadastro Único.
A construção de loteamentos populares está prevista, como forma de diminuir o índice. Segundo o prefeito, serão 25 unidades habitacionais. Entre outras ações, também há o projeto Novo Caminhar, de preparação para o mercado de trabalho com jovens de 14 a 24 anos, e oficinas promovidas pelo Centro de Referência e Assistência Social.
O chefe do Executivo aponta que a melhor maneira de melhorar o números é investir em educação. “Estamos recuperando o déficit causado pela pandemia. Conseguimos manter o número no Ideb e consideramos isso uma vitória. Vamos identificar os pontos fracos e melhorar”, destaca.
Foco no turismo rural
A administração trabalha para que o turismo seja consolidado no município. Atividades que envolvem a área rural e paisagens naturais são a aposta do Executivo. Um dos principais focos é a regularização do Açude da Juliana. O prefeito explica que a área foi desapropriada, no entanto, precisa ser titulada.
O objetivo é criar um roteiro que interligue todos os pontos, ofereça degustação de produtos orgânicos e passe pelos museus. “As pessoas passam por aqui, então temos que aproveitar que estamos no meio do caminho e deixar a cidade chamativa e fazer com que as pessoas deixem recursos”, destaca Franciele.
Até o fim do ano também devem ser concluídas a pavimentação de estradas e construção da biblioteca.
