Jornal Nova Geração

OPINIÃO

Nada é para sempre

"O que estamos vivenciando aqui não é nenhuma novidade, mas sim, uma tendência”

Nossa vida é marcada por ciclos e existe uma frase que expressa bem o que estou dizendo: “A vida passa e mais um ciclo de vida se conclui, e os bons momentos ficam pra sempre eternizados, seja na memória ou em uma simples fotografia!” Ou seja, ao andarmos para frente, estamos constantemente mudando, nos moldamos e nos adaptamos às novas realidades que vão surgindo. Quando falo em novas realidades, me refiro àquelas que surgem devido ao andar da humanidade, ao avanço da tecnologia e da ciência, que nos fazem mudar de hábitos e formas de viver. Um exemplo importante para se demonstrar é a maneira que o ser humano se locomove pelo planeta.

Na pré-história, os humanos eram nômades, deslocavam-se de um local para outro utilizando suas pernas. Ainda na pré-história surge o primeiro meio de transporte. Utilizando troncos de madeira e bambus são desenvolvidas as primeiras embarcações navais primitivas (canoas). Algum tempo depois, já na antiguidade, com a invenção da roda (3000 a.C.) e domesticação dos cavalos (2000 a.C.) o ser humano cria uma nova forma de locomoção. Os carros tracionados por animais surgem e deixam o transporte mais efetivo.

Com o passar dos tempos, esses meios de transporte foram sendo aperfeiçoados. Entre o final da idade Média e início da era Moderna, por exemplo, as técnicas de transporte marítimo são melhoradas, permitindo aos países europeus lançarem-se às Grandes Navegações. As embarcações eram impulsionadas por força muscular ou pela ação dos ventos.

Mais recentemente, na era Contemporânea, com o advento da Revolução Industrial, surgem os barcos e trens a vapor. O transporte de mercadorias e de pessoas ficou mais rápido e o custo, reduzido. Segundo relatos, já na década de 70 do século XIX existiam vapores navegando pelo Rio Taquari, em Estrela. Uma epopeia para a época. Essa prática foi intensa no Taquari até a década de 40 do século XX, quando, gradativamente, foi se extinguindo devido ao surgimento de outras formas de transporte mais modernas e eficientes.

Ainda, em fins do século XIX, surge o automóvel moderno e, logo depois, no início do século XX, o avião. Foi uma verdadeira revolução. Se no século XVI levava-se três meses para atravessar o Oceano Atlântico da Europa para o Brasil, hoje uma viagem aérea dessa envergadura pode durar sete horas e dez minutos (de Fortaleza a Lisboa).

A humanidade está em constante evolução, e os meios de transportes estão inseridos nesse contexto. O automóvel, muito caro e inacessível para uma grande parcela da população em épocas passadas, hoje se popularizou, sendo que muitas famílias têm dois, três ou mais carros. Muitas pessoas, que dependiam de transporte público, hoje podem se deslocar com seus próprios veículos. Não quero aqui entrar no mérito, se isso é bom ou ruim, mas afirmar que é uma tendência. E é visível!

Algumas pessoas (saudosistas) mostraram-se insatisfeitas com as alterações que foram feitas na Estação Rodoviária de Estrela. Cabe lembrar que se trata de concessão feita pelo Estado a empresário que passa a ofertar o serviço. Com as mudanças ocorridas no nosso modo de vida nas últimas décadas, não será difícil ver outros municípios passando pelas mesmas dificuldades, pois nenhum empresário fará investimentos que não possam ser recuperados no futuro, não é mesmo? Outro dado importante é que, nas últimas três décadas, 130 Estações Rodoviárias fecharam no RS, mostrando o desinteresse da iniciativa privada em investimentos nesse ramo de atividade. É uma questão de oferta e procura! Se você, leitor, já fez a viagem de ônibus de São Paulo para Porto Alegre, deve ter parado em algumas cidades, durante esse trajeto, para embarque e desembarque, em pequenos terminais rodoviários. Portanto, o que estamos vivenciando aqui não é nenhuma novidade, mas sim, uma tendência!

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