Das mais de 900 residências definitivas autorizadas pelo governo federal, a construção de mais 512 deve ter definição no próximo mês em Estrela. O edital que prevê a criação de um conjunto habitacional foi publicado e o resultado da empresa selecionada para as obras deve ser divulgado em 14 de novembro.
As moradias devem ser destinadas às pessoas que tiveram casas destruídas ou danificadas pelas cheias que atingiram o município, por meio do Programa Minha Casa Minha Vida. De acordo com o projeto, a estrutura será feita em formato de apartamentos. Os prédios serão levantados de forma vertical e com quatro andares em cada estrutura.
Em Estrela, são contabilizadas cerca de 1,1 mil casas destruídas e localizadas em áreas de extremo risco. Portanto, o objetivo é sanar o déficit habitacional causado pelos eventos climáticos. A secretária de Desenvolvimento Social e Habitação, Renata Cherini, explica que após os ritos licitatórios, a documentação deve passar pela análise da Caixa Econômica Federal.
A situação é semelhante ao andamento do processo relacionado às 100 moradias licitadas em julho. “Estamos na fase final desta tramitação e aguardamos o aval da instituição financeira para dar ordem de início das obras das primeiras residências. Isso representa mais um avanço na construção de casas para garantir dignidade às famílias que perderam os lares”, destaca Renata.
As outras 400 residências anunciadas pela União devem ser construídas entre os bairros Boa União e Pinheiros, em espaços ainda em avaliação pelo município. A secretária esclarece que a modalidade de contratação deve ser diferente dos chamamentos públicos. “Vamos habilitar empresas para que construam moradias em formato de casas”, afirma. Cada unidade habitacional tem valor unitário de R$ 200 mil reais.
Mais de mil famílias cadastradas
O período de cadastro para recebimento de moradias por meio do programa Minha Casa, Minha Vida encerrou com o pedido de mais de mil famílias. As inscrições ocorrem em formato de mutirão pelo período de dez dias no Parque Princesa do Vale.
De acordo com o decreto, além de documentos de identificação, foi necessário comprovar a situação da moradia atingida e cadastrar todos os membros do núcleo familiar. A análise e a seleção dos beneficiados serão feitas por uma comissão técnica, conforme os critérios de vulnerabilidade social e urgência.
No ato da inscrição, os solicitantes tiveram acesso aos projetos arquitetônicos das primeiras moradias. Serão 612 unidades no bairro nas proximidades de Novo Paraíso. “Agora partiremos para uma análise destes documentos, comprovação da veracidade dos fatos informados e validação destes processos para o encaminhamento final”, afirma o coordenador do programa “Meu Novo Lar”, Rafael Maia.
Cadastro renova esperança
Entre as mil famílias inscritas no programa, Ivete Almeida, 76, planeja o recomeço com a possibilidade da nova residência. Ela compareceu ao local de cadastramento do programa em posse dos documentos pessoais para garantir uma chance de reconstruir a vida.
Emocionada, Ivete relembra o drama vivido quando a força da água destruiu a residência. A casa da filha, nos fundos do terreno, também foi afetada durante a enchente. Desde então, ela vive por meio do aluguel social, mas sonha com o dia em que poderá segurar as chaves de sua nova casa.
“Perdi minhas casas, perdi minha história. Foi e continua sendo muito difícil, pois não sobrou nada. São mais de 50 anos levados pela enchente. É muito triste, mas com fé em Deus, tenho certeza que vou ganhar uma casa nova”, desabafa Ivete.
