O novo plano de carreira dos professores da rede municipal tramita na câmara de vereadores desde outubro. Após diálogo com a categoria e adaptação orçamentária, ficou definido reajuste de cerca de 10% e o salário dos docentes do município de Imigrante deve estar entre os maiores do Vale do Taquari em 2023. Segundo o secretário de Educação, Carlos Lutterbeck, a categoria já é contemplada com o piso nacional.
O plano não tinha alteração desde 2014. Além do reajuste salarial, entre as principais mudanças estão a criação da quinta classe, que constitui a linha de promoção dos profissionais, e mudança nas regras de níveis, que passa a contar com superior, pós-graduação, mestrado e doutorado. O estágio probatório de três anos que antes não contava como experiência para promoção, passou a fazer parte do cálculo e o tempo de reclassificação diminuiu.
De acordo com Lutterbeck, as decisões foram tomadas em conjunto com a comissão da rede municipal de ensino. Se votado e aprovado pelos parlamentares, o novo documento que rege os profissionais da educação deve entrar em vigor no início do pŕoximo ano.
“Depois de cumprir o cinco anos, o professor vai direto para a classe B, contando o probatório. Isso ocorre até chegar na classe E. Antes esse tempo era maior, então assim que entrar em vigor, professores que já tiverem mais de cinco anos na classe, será reclassificado”, explica Lutterbeck.
Com o novo plano também será possível elaborar novo concurso público, bem como reajustar o quadro de cargos da pasta. Desta forma, não será necessário abrir processos seletivos para contratos temporários. Segundo o secretário, manter o quadro de docentes é garantir a continuidade e a qualidade da educação, visto que os contratos não acabariam no meio de um ano letivo.
Diálogo tranquilo
A professora e coordenadora pedagógica, Daniela Kohl Duarte, destaca que a atualização do piso nacional motivou revisão salarial em muitos municípios. No entanto, o documento deve ser avaliado além disso, visto que mexe com cargos, promoção e orçamento.
Hoje, é exigido curso superior para ministrar aulas a partir dos anos iniciais. A professora ressalta que o plano está alinhado a isso. “Apesar de eu ser uma defensora do curso normal, ou magistério, tem uma lei federal que exige licenciatura. Mas o diálogo com Executivo foi tranquilo e as reivindicaçĩoes do professores foi atendida”, explica.
As negociações ocorrem desde o primeiro semestre do ano. Durante as reuniões, uma advogada também participou dos acordos. Para Daniela, o novo plano, as qualificações oferecidas e a presença jurídica é uma forma de valorizar a classe.