ESTRELA – Depois do “boom” dos influenciadores na internet, grandes marcas – e também as pequenas, passaram a investir mais em internet do que em televisão, por exemplo. Isso porque muitas perceberam que as pessoas acatam e confiam mais nas indicações de produtos de pessoas “normais”, “reais”, que contam seu dia a dia ou dão dicas através das redes sociais.
Diante da facilidade e custo quase zero para se tornar uma influenciadora, e também pelo retorno financeiro da profissão, muitos sonham com a carreira na internet. Mesmo que a profissão seja mais fácil em grandes centros, ela não é inviável para quem reside em municípios menores.
CONQUISTA DE MARCAS
Em Estrela, diversas pessoas dividem o tempo entre um emprego “comum” e o trabalho na internet, mas há aqueles que se dedicam exclusivamente nas redes sociais. É o caso de Liara Rodrigues, de 21 anos, que reside no Bairro Auxiliadora, e possui 13 mil seguidores no Instagram.
Ela costumava trabalhar em uma escola particular do município, mas ficou desempregada. “Sempre tive uma quantidade boa de seguidores e fazia alguns trabalhos para lojas. Porém, não aparecia nos stories (vídeos no Instagram) por vergonha, não era meu foco ser influencer”, conta.
O cenário mudou quando Liara fechou a primeira parceria, em maio. “Daí eu vi que não poderia ficar apenas “postando foto”, tive que começar a aparecer e em um mês já tinha conquistado muitas coisas e empresas”, recorda.
Hoje, a jovem trabalha exclusivamente pelo celular. Mesmo para quem acha que a rotina é simples, ela adianta que requer muita dedicação. “Eu mesma faço meus horários com as parcerias, mas o digital influencer trabalha toda hora, precisa estar presente sempre”, conta, pois “quem não é visto, não é lembrado.”
REMUNERAÇÃO E FORMAS DE TRABALHO
A digital influencer explica que trabalha com empresas e profissionais de Estrela, Lajeado e Arroio do Meio, em diversos ramos, como vestuário, beleza e alimentação. “Mas no momento tenho mais trabalhos em Estrela. Meu trabalho funciona por permuta e remuneração em troca de divulgação no Instagram. Quando é um serviço que me favorece, aceito em permuta, outros faço em troca de remuneração. Alguns trabalhos, depois dos resultados, é possível que eu ainda ganhe permuta + remuneração”, explica.
“Hoje, minha profissão é apenas influenciadora. No momento, consigo me manter com isso, mas não sobra, dá apenas para o essencial, por isso estou à procura de outro trabalho”, comenta.
“A vida acaba sendo um livro aberto”
Nem tudo é positivo em trabalhar apenas com a telinha. Nas redes, Liara também compartilha fatos da vida real, “perrengues” e dá conselhos. “Uma das dificuldades é que nem sempre vamos agradar a todos que nos acompanham. E quando estamos em momentos ruins na vida pessoal, não podemos simplesmente “sumir”, precisamos dar alguma explicação e a vida acaba sendo um livro aberto”, reforça.
Ela avalia que, no mundo da internet, a saúde mental é um pré-requisito essencial. “Considero que recebo poucas críticas. As que recebo são de pessoas que me seguem apenas para cuidar da minha vida e apontar o primeiro erro. Ser influencer requer uma boa saúde mental, pois sofremos muito julgamento alheio no início, principalmente de pessoas que nos conhecem e que não “aceitam” ver a gente saindo da zona de conforto”, afirma.