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CONEXÃO

O Galo de Botas: Vitorino usa roupas e vira atração no Vale

Animal da raça índio gigante vive em propriedade em Fazenda Vilanova. O bicho chama a atenção de crianças e adultos

Foto: Marcelo Grisa

Lenço, bombacha e alpargata. Quando pensamos em peças de roupa como essas, pensamos em um ser humano ligado ao tradicionalismo. Entretanto, em Linha Posses, quase na divisa de Fazenda Vilanova com Teutônia, o galo Vitorino é quem traja essas vestes.

Para completar o visual, a ave ainda tem na cintura uma arma de brinquedo. “Ele é o guarda aqui da propriedade”, brinca o dono, Valdemar José da Silva. Quem visita o local percebe o carinho que Valdemar e sua companheira, Neli Stoll, mais conhecida como Lia, têm pelos bichos.

Vitorino tem um ano de idade, e foi adquirido de um conhecido de Valdemar, que é natural de Seberi, mas mora há duas décadas na região. A ave é um exemplar da raça índio gigante, que é conhecida por andar de forma mais ereta, além de ter um pescoço longo, podendo chegar a até 1,3 metro de altura. “Eu me encantei quando vi ele de pé e resolvi levar na costureira e fazer a roupa”, explica o dono.

Valdemar se criou na roça, e afirma já ter criado muitos tipos de animais. Tem uma forma de falar com cada espécie para levar aos lugares certos ou chamar para comerem milho ou ração. Segundo ele, entretanto, nunca tinha visto nenhum bicho como Vitorino até então. “E ele é tranquilo. Botamos ele no carro, levamos o Vitorino nas lojas e restaurantes e é uma festa”, comemora.

Após uma passagem pela propriedade, Valdemar e Neli levam o galo para os acompanhar no almoço, em um posto de gasolina às margens da BR-386. A refeição dele é de folhas verdes, e o orgulhoso dono fica de olho para ver se o bicho não se perde. Curiosos de todas as idades fazem fotos e vídeos, desde crianças, passando pelos funcionários do local, até uma dupla de agentes da Brigada Militar.

Se suas forças permitirem, Valdemar e Neli querem criar ainda mais bichos e plantar mais espécies de flores no sítio. O ponto fraco do casal, que se conhece há 11 anos, é entrar em lojas do ramo, de onde dificilmente saem sem uma nova planta ou bicho. “Gosto muito de flores. Só a idade não me permite cuidar mais da terra”, diz Neli.

Amor pelas aves

O Sítio Canto da Siriema, como Valdemar batizou o lugar, tem esse nome por conta do animal de mesmo nome que também é criado por ele. Além de Vitorino e a siriema, o local conta com uma ampla variedade de aves. São faisões, cisnes, pavões, patos, marrecos e galinhas, além de dois cães, dois açudes e um grande aquário na parte da frente do pátio, com peixes entre os ornamentais e os que podem ser consumidos.

Quanto ao consumo, isso não deve acontecer ao Vitorino, que é cuidado como se fosse um filho do casal. O galo é levado para passeios não apenas em Linha Posses, mas para quase todo lugar no Vale do Taquari. Na última semana, o Grupo A Hora encontrou ele na Rua Júlio de Castilhos, em Lajeado, enquanto Valdemar e Neli faziam compras.

Marli do Prado, filha de Valdemar, mora com a família em frente ao sítio. Segundo ela, nem todos que o conhecem entendem o amor que o pai e a madrasta têm por Vitorino. “Eles vivem para isso. As pessoas julgam, mas não sabem a realidade. Eles fazem de tudo por eles”, diz.
A pequena Lavínia de Oliveira, filha de Marli, ainda fica intimidada pelo tamanho do galo, mas brinca com o bicho de uma certa distância. “Eu gosto muito do Vitorino”, sorri.

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