Se tem algo pelo que sou grata nesta vida são as oportunidades que tive. Surgem tantas que por vezes é difícil escolher as que iremos abraçar. Para começar, na infância, como natural de Estrela, tive a oportunidade de dançar com os grupos Folclóricos do Chucrute. Depois, participei de escolinha de futebol, dos projetos do CIEE e, aos 14 anos, entrei para os times de Voleibol da Avates. Lá, recebi uma bolsa de estudos, uma senhora oportunidade. São tantas pessoas desenvolvendo projetos de arte, de esportes, de educação, às vezes pelo simples “amor à camisa”, impactando na vida das pessoas de maneira irrevogável. Cada um desses projetos ajudou a formar quem sou hoje.
Depois de crescida, outras tantas seguiram: tive acesso à graduação, bolsa de mestrado e intercâmbio. O mais louco: pude trabalhar em uma Startup da Educação, dessas que a gente vê em filmes, com horários flexíveis e cerveja todas as sextas. Mas um ponto importante em comum com todas essas situações: tive que sair de casa! Parece óbvio, não é? Para ir dançar no Chucrute ou estudar em Porto Alegre, é necessário sair de casa.
Mas me refiro a sair de casa, aquele lugar em que moram pai, mãe e irmã. Além disso, moram o conforto, o conhecido, o afago, nossa cama quentinha e nossas lembranças de infância. Pois então, toda oportunidade está fora de casa. Toda chance exige um deslocamento, dedicação, noites mal-dormidas, embrulhos no estômago. E essa parte também molda quem a gente é.
Assim também foi com uma oportunidade mais recente oferecida pela Prefeitura de Lajeado: o Promove Acelera. Para quem não conhece, é como se fosse uma competição de ideias. Com minha alma competitiva, me inscrevi com a ideia de um serviço de compostagem urbana, para resolver o problema do excesso de lixo gerado por nós. Fomos selecionados e tivemos 3 meses para tornar essa ideia em um Modelo de Negócios, com a ajuda do Sebrae. Pois bem, trabalhando incontáveis horas por semana, encaixar essa oportunidade na jornada foi muito difícil. Mas a dificuldade é tempero e, a essa altura do campeonato, aprendi a lidar com a pimenta. Por fim, pudemos defender essa ideia na frente de uma baita banca e tivemos a honra de sermos contempladas com um prêmio de destaque! Agora vamos continuar com o desenvolvimento de uma composteira semi-automática!
A cidade está de parabéns pela iniciativa que, além de ter impulsionado nossa ideia, tirou do papel outras tantas, das mais diversas áreas: bicicletas elétricas, aplicativo para ansiedade, de comunicação prefeitura-cidadão, estúdio coletivo de criação, consultoria de liderança para mulheres, etc. A gratidão por todas essas oportunidades recebidas me deixa agora com a ambição de poder propiciá-las para outras pessoas, e poder ajudar a moldar quem elas se tornarão. Pode ser clichê, mas bem como diz o ditado: “gentileza gera gentileza”… mas adaptado para este contexto: oportunidade gera oportunidade!
