Desde os 14 anos, Leandro Pedro Vuaden, de 46, apita jogos de futebol. Em 1997 obteve formação profissional pela Federação Gaúcha de Futebol (FGF) e, de lá para cá, acompanhou diversos clássicos, finais de campeonato e recebeu premiação como melhor árbitro. E, desde o ano passado, vê seu filho Felipe William Vuaden, de 24 anos, seguir seus passos.
Há pouco tempo na carreira, o auxiliar de almoxarifado participou de apenas um jogo pela FGF, pelo Gauchão Feminino entre as equipes João Emílio e Brasil de Farroupilha. Conforme ele, observar o pai sempre foi emocionante. Quando apitou pela primeira vez uma partida entre os alunos do curso de arbitragem teve a certeza de que queria ser árbitro. “Eu me formei no curso e recebi o escudo e o certificado de conclusão pelas mãos dele, isso com certeza foi muito marcante”, lembra.
Respeito, confiança e amizade marcam a relação entre pai e filho. “Sei que ele sempre estará disposto quando eu precisar de alguma ajuda, assim como eu. Ele é meu herói e minha inspiração, uma pessoa humilde e muito parceira”, sublinha Felipe.
Fortalecer a família
Vuaden aproveita cada minuto com os filhos, pois acredita que os momentos são ímpares. Se sente feliz e realizado ao ver Felipe seguir a mesma profissão, pois sabe que não foi uma imposição, mas uma escolha.
Para o futuro, deve respeitar a idade limite em que desempenha jogos em alto nível. “Quero me preparar para o momento de parar e, a partir daí, continuar contribuindo com a arbitragem fora do campo”, pontua.
Em relação ao filho, pretende seguir com o papel de pai, ao torcer e cobrá-lo. “Sempre com objetivo de fortalecer o porto seguro da palavra família”, finaliza.
A escolha da profissão
Waldir Goulart Machado atua há 33 como advogado. Assim como Vuaden, viu seu filho Augusto Diehl Machado, de 32 anos, optar pela mesma profissão. Em dúvida, inicialmente, entre Direito e Medicina, Augusto sempre quis ter independência financeira e dinamismo no dia a dia. A escolha de qual curso optar, não foi tão difícil. “Insisti no Direito e comecei a me identificar com a área. Não me arrependo e sou feliz na profissão. O meu pai nunca fez pressão para eu escolher a mesma carreira”, conta ele.
Pai de três filhos, ver Augusto seguir seus passos o deixa honrado. Para Waldir, é natural não concordarem um com o outro em certas situações, mas é importante não deixar que conflitos afetem a relação de ambos. “Desde o início disse a ele que sempre há divergências, pois as pessoas têm personalidades distintas. Existem muitos casos em que trabalho em família não dá certo e se torna um problema pessoal. É inadmissível pai e filho não se darem bem”, afirma Machado.
Relação profissional
Enquanto Waldir atua mais junto à Justiça Estadual, Augusto está mais vinculado à Justiça Federal e Justiça do Trabalho. Na relação profissional há inúmeras trocas de ideias. A intimidade entre os dois facilita o andamento do trabalho. Augusto é objetivo e define o pai como detalhista, dedicado e criterioso. “Sempre quando estou com dúvida ou alguma insegurança, tenho a quem recorrer. Se tem algo que não sabemos, em conjunto chegamos a uma conclusão”, aponta. Machado salienta que o filho veio agregar no escritório ao abranger mais áreas do direito e trazer novas ideias. “Tenho a experiência, mas às vezes falta atualização do mundo virtual. Ele veio dar um plus a mais aqui”, analisa.
Futuro
A tendência é de que Augusto ocupe a cadeira do pai daqui alguns anos. Para o futuro, ele pretende ter filhos e, assim como Machado, não deve interferir na escolha profissional deles. “Quero seguir os mesmos aprendizados que meu pai me deu e proporcionar diversas experiências para eles. Deixar que meu filho ou filha escolha aquilo que ache melhor”, afirma.