Um dos maiores eventos culturais de Imigrante chega à na 17ª edição. A peça será apresentada entre os dias 31 de março e 1º de abril. A Paixão de Cristo é encenada desde 2006 em frente ao Convento São Boaventura, no bairro Daltro Filho.
Ambas encenações começam às 20h e tem entrada gratuita. Em cada espetáculo, a estrutura oferece capacidade para receber cerca de 5 mil pessoas. Nos dois dias de apresentação, a Paixão pode chegar a números maiores que os do ano passado, quando 10 mil pessoas foram ao local.
Diretor e roteirista do espetáculo desde 2017, Pablo Capalonga aponta que o texto desta edição foi escrito ainda em 2022. Os ensaios ocorrem desde o começo de fevereiro. “Nós lemos juntos e refletimos sobre o roteiro, para que os atores estejam imbuídos dos temas do espetáculo desde o começo”, explica.
A Paixão de Cristo de Imigrante busca algumas inovações a cada ano. Além de selecionar as cenas entre a narrativa clássica da Bíblia, Capalonga procura apontar para outros temas caros à comunidade. “Este ano, a gente fala da valorização da terra e da fé das pessoas que vivem dessa terra. Imigrante é uma cidade agrícola, que tem suas raízes no colono imigrante, seja ele descendente de alemães ou italianos”, afirma.
Dentre as estruturas novas em 2023, está o uso de barcos em cena, além de um elevador para fazer a ascensão de Jesus ao céu durante o espetáculo.
O protagonista
Alex Possamai interpreta o Jesus Cristo de Imigrante. Ele conta que já havia feito outros papéis, mas que tinha o desejo de ser o nazareno em cena. “Antes eu fiz personagens como Lázaro. Inclusive deixei o cabelo crescer na esperança de poder um dia desempenhar esse papel”, confessa.
Possamai diz que é visível a evolução das técnicas e da interpretação de todo o elenco ao longo dos anos. “Acho muito importante que hoje, após anos de oficinas de atuação na cidade, tenhamos um grupo composto de cidadãos de Imigrante”, comemora.
Organização
O elenco tem cerca de 70 pessoas, todas moradoras de Imigrante. Ao se somar as equipes de figurino e montagem da peça, são cerca de 100 pessoas envolvidas com a Paixão de Cristo na cidade.
Para o secretário de Cultura, Desporto e Turismo, Charles Porsche, o teatro ao ar livre é um dos elementos que mais engrandece a cena cultural do município. “É visível a transformação das pessoas que participam do evento. A comunidade cresce com a Paixão de Cristo”, acredita.