Com o propósito de compreender o uso de substâncias psicoativas e elaborar estratégias para combater o consumo entre os jovens, o programa “Vida+Viva sem Álcool (-) 18 anos” chega ao município. O objetivo é mapear onde estão os focos de utilização dos entorpecentes, os seus impactos na vida dos menores e compreender quais motivos contribuem para esse contexto.
A iniciativa é inédita em Estrela e oportuniza ações direcionadas à prevenção do uso das substâncias. O coordenador da pesquisa e do departamento científico do programa, Luís César de Castro explica que a metodologia envolve aplicação de um questionário direcionado aos jovens de 12 a 17 anos das redes de ensino municipal, estadual e privada. O documento é composto de 170 questões. É necessário autorização dos responsáveis e garantido o anonimato dos participantes.
O coordenador esclarece que, após o início da coleta de dados, a previsão para apresentação dos resultados é de três meses.
“As informações oportunizam um conjunto de dados que poderá ser utilizado para percepção e avaliação de situações de fragilidade associadas ao uso de substâncias, além de apresentar um retrato de sentimentos, anseios e interações sociais entre os jovens”, destaca Castro.
Trabalho assertivo
Para a secretária de Desenvolvimento Social e Habitação, Renata Cherini, o resultado da pesquisa servirá de base para que a administração municipal possa atuar de forma direcionada na prevenção do uso das substâncias. “Com o diagnóstico de como está a situação em Estrela, podemos trabalhar de forma assertiva. Neste caso, o ideal é trabalhar em conjunto com a Educação e Saúde”, aponta.
Como a pesquisa ocorre no âmbito escolar, na avaliação de Renata será possível entender a situação de cada comunidade. “Queremos saber quais tipos de entorpecentes são predominantes em cada escola, o que colaborou para a criação do contexto e também como funciona a dinâmica das famílias. O problema de um colégio pode ser diferente do outro. Portanto, vamos buscar soluções direcionadas”, afirma.
O coordenador da pesquisa também reforça que os dados apurados podem contribuir para promover ações voltadas à saúde e à educação. Desta forma, com os resultados apresentados, a Renata salienta a possibilidade de dividir as equipes de cada pasta para atender demandas específicas.
“Vamos entender essa realidade e compreender cada situação. Saberemos onde fortalecer a educação, onde enviar equipes de saúde e qualificar a atuação da assistência social”, explica a secretária. A pesquisa está em fase de elaboração e também deve contar com apoio da 3ª CRE e direções das escolas participantes.
ENTREVISTA
Luís César de Castro – coordenador da pesquisa e do departamento científico do programa Vida + Viva
Jornal Nova Geração: Por qual motivo surgiu a iniciativa de implantar o programa em Estrela?
Luís César de Castro: O “Programa Vida + Viva sem álcool (-) 18 anos” foi fundado em 2012, inaugurado a partir da pesquisa de “Análise de contato com substâncias psicoativas”, realizada no Fórum Municipal de Enfrentamento à Drogadição de Lajeado. Com a pesquisa, foi possível constatar que nossas percepções de gestão pública e sociedade civil não contemplavam a realidade local quanto ao uso de substâncias por crianças e adolescentes. Considerando que Estrela apresenta uma das populações mais diversas e de características culturais muito peculiares, foi percebido que seria de extrema importância estabelecer a expansão do Programa Vida+Viva junto a este município.
Jornal NG: Como a pesquisa pode auxiliar na prevenção do uso de álcool e drogas?
Castro: A precocidade no uso de álcool aumenta o risco à dependência, oportuniza prejuízos de ordem intelectual, cognitiva, emocional, relacional, além de ser um importante componente geracional de violência. O diagnóstico preciso oportuniza ao gestor a possibilidade de articulação de todos recursos disponíveis para a entrega de ações voltadas à prevenção das substâncias por crianças e adolescentes.
Jornal NG: Quem responde a pesquisa?
Castro: Pretende-se desenvolver a coleta mediante o emprego da versão de questionário adaptada ao ambiente digital, aplicada a estudantes de 12 a 17 anos (nascidos entre 2006 e 2011), integrantes das redes públicas municipal e estadual, e da rede privada de ensino do município.