Jornal Nova Geração

ESPECIAL STR 60 ANOS

Ponto de referência aos trabalhadores rurais

Prestação de serviços, qualificação e alternativa comercial. Atividades no sindicato se consolidam entre os associados e geram a manutenção do vínculo com o meio rural

Sede atual foi inaugurada em 1975 e contemplou a implantação de um centro comercial, além do espaço para atendimentos (Foto: Jhon Willian Tedeschi)

A atuação do sindicato vai além da representatividade do setor produtivo no município. O local serve para os agricultores buscarem informações e consultoria em aspectos técnicos, jurídicos e burocráticos. Alguns dos serviços são o apoio no recadastramento junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e na declaração do Imposto Territorial Rural (ITR).

Hoje o STR possui em torno de 850 associados e a estimativa do presidente Rogério Heemann é que cerca de 85% deles tenham mais de 60 anos. No início da gestão, em 2013, havia cerca de 1,2 mil pessoas vinculadas ao sindicato.

“Qualquer dúvida que o agricultor tenha, ele vem no sindicato para pegar orientação dos funcionários ou da diretoria. Então estamos sempre abertos para orientar ou pelo menos tentar ajudar o associado a ir para o caminho certo. Temos nossa assessoria jurídica também é consultada quando necessário, mas já tentamos dar todas as informações necessárias dentro do sindicato”, pontua o presidente.

O desafio de enfrentar três fortes estiagens é um teste para a capacidade de recuperação do setor. Existe uma preocupação quanto ao custo de produção e o preço dos insumos, sobretudo as sementes. “Faz parte dos desafios, com certeza”, afirma Heemann. Uma das funções do sindicato é ofertar aos associados um direcionamento nesse sentido, para incentivar a permanência no setor.

Formações

A instituição oferece aos associados a oportunidade de se qualificar em vários segmentos. A parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) é estratégico neste sentido. Além do espaço na sede da entidade, para situações no âmbito teórico, em vários momentos o aprendizado ocorre na prática.

Os últimos cursos promovidos foram na área da segurança na atividade rural, nas normativas 31, 33 e 35. “As vezes o pessoal acha complicado sair da propriedade por três ou quatro dias, mas o aprendizado é importante. Até para cursos de manutenção de motosserras, roçadeiras, tratores, etc. Além de ganhar tempo, muitas vezes é uma coisa mais simples que eles conseguem resolver em casa”, relata Heemann.

Comercial STR

O sindicato possui um espaço comercial, junto à sede. No início comercializava sementes, rações, fertilizantes, ferramentas, entre outros. Hoje possui linha de bazar, como se fosse um mini-shopping. A abertura foi em 1977, após a construção do novo prédio do STR. Inclusive, o local da loja deveria ser um estacionamento. “O sindicato buscava mais uma fonte de renda e uma forma de beneficiar os associados”, acrescenta Heemann. O comércio faz entregas periódicas no interior, a partir das encomendas dos sócios.


Festa dos 60 anos do STR Estrela

A comemoração ocorre no sábado, 6, no Centro Comunitário São Pedro Apóstolo, no Distrito de Delfina. A recepção começa às 9h, com diversas atividades, almoço e baile, com animação da Super Banda Santa Cruz.


ENTREVISTA – Rogério Heemann, presidente do STR Estrela

“Quem está no meio rural é porque gosta mesmo”

Há dez anos na presidência do sindicato, Heemann é responsável por organizar os serviços disponibilizados e as iniciativas coletivas do setor. Ele valoriza as melhorias estruturais no interior e projeta um uso cada vez mais frequente da tecnologia, sobretudo para estimular a permanência dos jovens no campo.

Jornal NG: Como você vê o cenário da mão de obra no meio rural?
Rogério Heemann: Temos uma concorrência com as indústrias, as fábricas. Lá se trabalha de segunda a sexta, no máximo até sábado. No campo tem que trabalhar de segunda a segunda, não tem férias, não tem 13º salário, faça chuva, faça sol, com ou sem estiagem. Eu digo que quem está no meio rural é porque gosta mesmo, senão vai procurar outra profissão. Hoje quem produz o alimento é o nosso agricultor, a agricultura familiar. Então, se a cidade consome produtos de qualidade, é graças ao produtor e as agroindústrias. É o que a gente sempre diz: “se o agricultor não planta, uma cidade não almoça e não janta”.

NG: Qual a relação entre os avanços tecnológicos e a atividade no interior?
Heemann: A tecnologia vem para auxiliar os produtores e cada vez temos menos mão de obra. Com a idade avançada dos nossos agricultores e às vezes para os mais idosos mexerem em um celular ou sistema diferente é complicado. Então tem que ter um filho ou neto para auxiliar nessas questões. Temos que ser realistas, não adianta querer produzir como era a quarenta ou cinquenta anos. A tecnologia existe para melhorar também a qualidade de vida do nosso agricultor.

NG: Como as melhorias na estrutura do município podem incentivar a permanência dos jovens nas propriedades rurais?
Heemann: Em Estrela nós temos uma estrutura boa no interior, com asfalto chegando em praticamente todas as comunidades. Energia elétrica hoje está em condições melhores. Telefonia, água potável… Aquilo que antes só a cidade tinha, o interior também tem. São melhorias que acontecem no meio rural, junto com a tecnologia. Hoje temos vacas ordenhadas por robôs. Antes era à mão e depois veio a ordenhadeira. Em propriedades melhor instaladas, é possível produzir mais, com menos mão de obra. Tudo tem seu custo, mas são incentivos a mais para os jovens permanecerem no interior.

NG: Quais as conquistas do seu período à frente do sindicato e quais os desafios para os próximos anos?
Heemann: Uma das maiores conquistas que tivemos foi o Programa de Incentivo ao Jovem Empreendedor do Campo. Este é um projeto do governo municipal que, para participar, é necessário estar associado ao sindicato. As parcerias com Emater, Sicredi, administração do município, são trabalhos em conjunto porque o público é o mesmo. Temos que nos unir para sempre poder dar mais condições para a agricultura produzir. O principal desafio é manter o sindicato ativo e mostrar para o agricultor quais os benefícios e vantagens que ele tem em ser associado. O produtor tem que manter sempre a confiança na diretoria e nos funcionários.

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