A navegabilidade no Rio Taquari, essencial para o transporte hidroviário de areia na região, enfrenta sérios desafios que impactam de forma direta a operação das empresas locais, como a de Marco Aurélio Pereira, da Darcal. Desde setembro do ano passado, a empresa tem lutado com problemas significativos devido às condições do rio, especialmente após enchentes que reduziram a profundidade das águas.
O Rio Taquari, supervisionado pelo Dnit, é fundamental para o transporte de areia. No entanto, as condições atuais tornam impossível para os barcos operarem com carga máxima devido à falta de profundidade. Locais como Mariante e a barragem de Bom Retiro registram níveis muito abaixo dos requisitos mínimos para a navegação adequada. “Não há passagem em Porto Pinheiro, Porto Gomes e a Ilha de Capivara, próximo ao município de Taquari, o que dificulta nosso trabalho”.
Pereira destaca a insuficiência de dragas disponíveis para realizar a limpeza necessária do rio. “Temos apenas uma draga que opera na região com capacidade mínima, enquanto seriam necessárias pelo menos três para enfrentar os desafios atuais”. Ele enfatiza a queda na capacidade de extração das dragas ao longo dos anos, comparando os 180 metros por hora retirados em 1991 com os atuais 20 a 30 metros por hora.
A falta de ação coordenada e eficaz por parte das autoridades responsáveis preocupa os empresários locais. Pereira critica a contratação de uma draga inadequada pelo governo federal, que não atende às necessidades de restauração da navegabilidade do rio. “Muitas vezes, o material retirado é simplesmente depositado nas margens e retorna ao leito do rio na primeira chuva.”
Para resolver os problemas imediatos, Pereira pede urgente aumento do número de dragas e a implementação de medidas eficazes de dragagem e batimetria. Além disso, uma das sugestões é iniciar imediatamente a batimetria para identificar os pontos mais críticos após as enchentes e priorizar a dragagem onde mais é necessária. “Do jeito como está, nós não vamos conseguir voltar a trabalhar.”
Enquanto as empresas locais enfrentam prejuízos significativos devido à incapacidade de operar plenamente, a incerteza quanto ao futuro da navegação no Rio Taquari persiste. Com a temporada de estiagem se aproximando, a situação pode piorar se não forem tomadas medidas rápidas e eficazes para restaurar as condições adequadas de navegação.