Impactados por mais um período de estiagem, produtores buscam apoio para enfrentar perdas na produção. Conforme dados do setor, a escassez de chuva na região gerou quebra de pelo menos R$ 500 milhões na última safra. Por conta disso, os trabalhadores recorrem aos governos em busca de auxílio.
O ato ontem em Estrela reuniu cerca de 200 participantes, entre produtores e líderes sindicais. Em paralelo, outros 14 pontos de manifestação foram organizados pelo estado por meio da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no RS (Fetag/RS). O objetivo foi chamar a atenção de autoridades para as demandas da categoria.
Entre os pedidos ao governo federal estão a prorrogação de parcelas do Pronaf e Pronamp, rebate de 35% nas operações de crédito e crédito emergencial com teto de até R$ 50 mil. Em fevereiro, houve o anúncio da liberação de R$ 430 milhões ao RS para ações de enfrentamento da estiagem. Contudo, a federação acredita que seja necessário mais de R$ 3 bilhões.
Na primeira etapa, o auxílio prometido contempla a distribuição de cestas básicas e ações para assegurar o abastecimento de água. Para líderes sindicais, o pacote anunciado atende apenas uma parcela da agricultura familiar. A partir das mobilizações, a expectativa é que sejam anunciadas novas medidas de apoio ao setor. Representantes da Fetag seguem em Brasília em reuniões com a bancada gaúcha.
Ato em Estrela
O grupo de produtores e líderes sindicais se reuniu ontem das 9h às 13h em frente ao Banco do Brasil. No início da tarde percorreram as ruas com paradas nas demais instituições financeiras onde entregaram um documento com as reivindicações e o pedido de socorro. As demandas também foram entregues ao prefeito Elmar Schneider, na condição de presidente da associação de municípios do Vale do Taquari.
De acordo com o coordenador regional do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), Marcos Hinrichsen, a descentralização das atividades busca dar mais visibilidade à insatisfação dos produtores. “Já é a terceira estiagem consecutiva e até agora recebemos pouco apoio para amenizar os prejuízos.”
Ele reforça que o ato em Estrela contou também com apoio da regional do Alto Taquari. “Mais de 20 sindicatos foram representados nesse movimento. Já houve um protesto em Porto Alegre com mais de 2 mil participantes e voltamos às ruas em defesa das nossas prioridades.”
Principais demandas
- Prorrogar parcelas de Pronaf e Pronamp custeio e investimento;
- Conceder o rebate de 35% nas operações de crédito;
- Flexibilizar a regra sobre acionamentos do Proagro Mais para a mesma cultura;
- Fortalecer os estoques de milho do Programa de Vendas em Balcão (ProVB) e subsídio de 30%;
- Linha de crédito emergencial com teto de financiamento de até R$ 50 mil, prazo de reembolso de até 10 anos e bônus de adimplência de 30%.
