Autonomia, autocuidado e empoderamento acompanham o novo projeto desenvolvido pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de Fazenda Vilanova. O Menina Bonita oferece para 18 alunas, entre 12 e 18 anos, aprendizados sobre cuidados estéticos, confecção de materiais e customização de roupas. Os encontros ocorrem nas quartas-feiras e duram cerca de uma hora. O grupo foi dividido em várias turmas devido aos protocolos de segurança da Covid-19.
A assistente social do Cras, Gelma Dutra, atuou por 10 anos em salão de beleza. Foi neste período que aprendeu diversas atividades e que agora repassa para as alunas do projeto. Conforme ela, a ideia de promover a iniciativa se deu devido aos altos índices de gravidez precoce no município. “Os meninos têm o futebol, já as meninas não têm muitas atividades específicas voltadas para elas. Queríamos trazer uma realidade diferente, em que o ciclo de vida da família não se repita e elas se ocupem com outras coisas”, explica.
Sobre o projeto
O Menina Bonita busca promover a reflexão e estimular a independência através da geração de renda. O projeto é desenvolvido em conjunto, ao buscar a participação ativa das jovens com as sugestões apresentadas por elas. “Queremos que essas meninas entendam o valor que têm como pessoa e como mulher. Incentivamos que façam esse tipo de trabalho no futuro, pois a vida socioeconômica delas pode começar cedo. Desta forma, é possível garantir um futuro melhor”, afirma a assistente social.
Três módulos fazem parte do Menina Bonita. O primeiro envolve as atividades de manicure, pedicure e inicialização da maquiagem e devem ocorrer até o fim do ano. “Não vamos tornar ninguém profissional, elas vão sair daqui com um conhecimento geral. O aperfeiçoamento deve ser feito depois, junto ao mercado de trabalho”, salienta.
O segundo módulo trata-se da confecção de bijuterias. O Centro de Referência oferece os materiais para que elas produzam brincos e pulseiras, também como forma de se sustentarem. O último módulo é o de customização de peças de roupas, em que as meninas aprendem a tornar roupas “velhas” em “novas”. “Essa é uma faixa etária que é tudo é novo e precisam comprar. Vamos mostrar que a gente pode modificar e tornar uma peça diferente sem gastar muito”, frisa Gelma. No fim do projeto, a ideia é de que o Cras indique jovens para o mercado de trabalho.
Mudança de ciclo
De acordo com a coordenadora do Centro de Referência, Liliana de Souza, o projeto é de suma importância para o desenvolvimento dessas crianças e adolescentes, pois estimula o fim de alguns ciclos. “Sabemos da fragilidade de muitas e ver que elas estão ocupadas fazendo atividades que gostam nos deixam muito felizes. Temos um grupo de profissionais qualificados e com condições de atender bem essas meninas”, ressalta.
