ESTRELA – Na última semana, a idosa Lilian Lengler, de 82 anos, caiu após tropeçar na calçada na Rua Coronel Brito, no Centro de Estrela. O fato foi noticiado pelo Jornal NG. Lilian mora perto do local e costumava caminhar todos os dias da EEEPE até próximo da Ponte do Stangler. No domingo, dia 11, ela novamente resolveu fazer o trajeto, sozinha como sempre, mas em frente à Brigada Militar tropeçou em uma elevação da calçada, que não é a mais grave encontrada no trecho, mas que foi suficiente para a queda.
A idosa precisou ser socorrida pelos bombeiros e encaminhada ao Hospital Estrela. Do acidente, restaram ossos quebrados e diversas lesões, principalmente no rosto. Mas além disso, uma vontade grande de mudança. “Tenho muita fé e acho que não morri ali porque tenho que ajudar nessa luta de arrumar essas calçadas, não por mim, é pela população de Estrela.”
Mutirão
Dona Lilian, que é ex-vereadora e foi uma liderança nacional da IECLB, propõe um mutirão para resolver o problema. “Incluindo prefeitura, vereadores e proprietários, pois frequentemente pessoas, principalmente idosos, sofrem quedas”, comenta. A partir de agora, ela destaca que as caminhadas não serão mais sozinhas, mas com auxílio de uma cuidadora.
O que diz a prefeitura:
De acordo com o secretário de Infraestrutura Urbana, Edson Diehl, as especificidades do passeio são definidas pelas leis municipais, pois concerne à matéria do Plano Diretor, envolvendo os códigos de Obras e de Posturas, e as normas de uso e ocupação do solo. “Com base nos regramentos, temos condições de incentivar a população a investir em programas de mobilidade urbana a fim de padronizar as calçadas. Este estudo já iniciou e terá atenção da gestão no tempo certo das propostas serem executadas, pois entendemos a urgência de termos passeios seguros e contínuos em toda cidade.”
Legislativo busca solução para demanda
Uma solução para o problema também é cobrada há tempo pelo Legislativo. O vereador João Braun (PP), através de pedido de providências, já pediu que a prefeitura fiscalize o estado das calçadas. Outros parlamentares também já solicitaram demandas parecidas. “Pelo Código de Posturas, a calçada é de responsabilidade do proprietário, mas a prefeitura é corresponsável”, comenta.
Braun também cita uma legislação, criada a partir do projeto do colega Volnei Zancanaro (PSL), que autoriza o poder municipal a ceder mão de obra para reforma das calçadas, sendo que o proprietário entra com o material. “Não é possível que as pessoas não tenham condições de passear e caminhar nas calçadas. Também temos uma população de cerca de 5% de cadeirantes e é difícil vê-los nas calçadas.”
Atendimento no PS
A idosa comenta que no dia do ocorrido foi encaminhada ao Pronto Socorro e liberada horas depois. “Fiz raio x e tomografia, mas ao receber alta me disseram que não havia fratura. Vendo as imagens no outro dia, havia duas fraturas e fui liberada com um corte sangrando.”
O HE lamenta o fato e se coloca à disposição para esclarecer os procedimentos que ocorrem em atendimentos de urgência, caso da senhora Lilian Lengler.
Em edições passadas
Ao longo dos anos, o Jornal NG já abordou o tema das calçadas em diversas ocasiões. Foram ouvidos cadeirantes, pessoas que assim como Lilian também se machucaram, moradores do Centro que buscavam soluções, entre outros. Além disso, já foram veiculadas notícias de pedidos, na Câmara de Vereadores, com soluções para o caso. O tema é antigo e segue sem solução.