O Estado, em parceria com a administração municipal, projeta o repasse de R$ 2,5 mil para empreendedores que tiveram o seu negócio atingido pelas enchentes de setembro e novembro em Estrela. Cerca de 460 titulares de CNPJs fizeram o cadastro no programa SOS Rio Grande do Sul, entre a segunda e quarta desta semana, junto a Secretaria de Desenvolvimento, Inovação e Sustentabilidade (Sedis).
As atividades contempladas são de pequeno porte e englobam autônomos, comerciantes, prestadores de serviços e produtores rurais, além de trabalhadores informais como pedreiro, marceneiro, artesão e pescador. Estrela foi o oitavo município do Vale a fazer o chamamento para o benefício.
Os recursos têm origem em doações efetuadas por meio do SOS Rio Grande do Sul, conta gerenciada pela Associação dos Bancos no Estado para atender unicamente às regiões impactadas pelas chuvas. A iniciativa representa mais um avanço no processo de recuperação econômica de municípios no Vale do Taquari.
Para a distribuição dos valores, foi criado um Comitê Gestor, coordenado pela Casa Civil do governo do Rio Grande do Sul, com apoio da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), secretarias estaduais e entidades parceiras.
A partir da lista de inscritos interessados em receber o benefício, o mapeamento será conduzido pela Central Única das Favelas (Cufa), uma das entidades participantes do Comitê Gestor. O objetivo da entidade é realizar os pagamentos já na primeira semana de fevereiro, após homologação da lista de interessados. Em Estrela, o processo conta com da Emater e Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR).
“Temos um número base que foi do Renasce Estrela, onde fizemos o cadastro para auxílios em setembro. A expectativa que tínhamos era de 300 a 400 CNPJs, entre MEIs e autônomos, que foi ultrapassada. Vale ressaltar que são três etapas. Nesta primeira, o empreendedor fornece os dados e informações sobre como foram atingidos”, destaca o secretário da Sedis, Daniel da Silva. A estimativa é que até a segunda quinzena de fevereiro os valores sejam repassados.
Mudança nos negócios
Laidir Heming Hasse, 63, mora no bairro das Indústrias e é uma das pessoas que buscou os recursos. Depois de quatro décadas de atuação no comércio e hoje ter a venda de itens de cama, mesa e banho como complemento à aposentadoria, ela teve um prejuízo estimado em mais de R$ 100 mil com as mercadorias, além das perdas na residência, atingida pela enchente de setembro.
A aposentada e o marido tiveram que deixar a casa e vivem junto da filha no bairro Boa União. “Mudou tudo, perdemos também os móveis, além da mercadoria”, conta. Ela não retomou as atividades no comércio, então pretende utilizar o dinheiro para despesas de rotina. “É um valor que ajuda bastante”, conclui.