A análise técnica comprova danos nos pilares da ponte sobre o arroio Boa Vista e necessidade de reformas também na passagem sobre o Rio Taquari. Junto com isso, também existe a programação para entrega das novas pistas entre Marques de Souza e Lajeado, junto com a ampliação até Estrela.
São pelo menos cinco frentes de trabalho. De mais urgente estão o reforço e concretagem dos pilares das pontes. É o que afirma o coordenador de Engenharia da CCR ViaSul, Gabriel Cunha.
“A inundação causou diversos danos, em especial na cabeceira da ponte do Boa Vista”, afirma. Segundo ele, foram detectados movimentos na estrutura. Isso exigiu um trabalho intensivo de terraplanagem, com uso de equipamentos para medição de massa e movimento de terra.
“Estamos com um trabalho de monitoramento constante. A partir disso, percebemos a necessidade de reforçar a estrutura da ponte, o que nos levou a iniciar intervenções com bate-estaca”, realça.
Os trabalhos na parte de Estrela começaram faz cerca de duas semanas. A expectativa da concessionária é terminar o reforço nos pilares até outubro. “Estamos atuando com rapidez para estabilizar a ponte e garantir a segurança da rodovia. Equipes de especialistas em geotecnia e estrutura estão no local para apoiar as decisões técnicas e assegurar a integridade da obra”, diz.
Apesar das rachaduras, a CCR ViaSul afirma não haver risco aos motoristas. Durante o trabalho para reforço dos pilares, serão mantidos estreitamentos de pista por alguns períodos.
A concessionária venceu o leilão para gerir as BRs 386, 101, 290 e 448 em novembro de 2018. O contrato faz parte do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), e a concessionária terá que investir mais de R$ 7,8 bilhões em 30 anos de concessão.
Duplicação no primeiro semestre
Em paralelo à recuperação da ponte, equipes trabalham na área urbana de Lajeado, na duplicação da BR-386. Com mais de 90% das obras concluídas, o novo cronograma é entregar o trecho de 20 quilômetros até o primeiro semestre de 2025.
Conforme Gabriel Cunha, até lá podem ocorrer entregas parciais, em especial quando forem finalizados viadutos e acessos vicinais. “Só fazemos liberações quando houver segurança. Essa é a nossa prioridade. Garantir um deslocamento com o mínimo de risco aos nossos usuários.”
Contrato descumprido
Conforme a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a duplicação deveria ter sido entregue em fevereiro do ano passado. Há dois formatos de cobrança pelo descumprimento. O primeiro é a revisão da tarifa de pedágio.
O outro mecanismo é por meio dos autos de infração. Cada obra tem um cronograma próprio de término, seja viadutos, passarelas, vias paralelas e a própria duplicação.
Abre-se um processo para cada entrega. Em caso de comprovação da responsabilidade da concessionária no descumprimento do contrato, ela pode receber uma multa com teto de R$ 10 milhões.
Neste sistema, a concessionária apresenta as justificativas de atraso. No caso de fevereiro do ano passado, a obra não foi concluída pelo atraso de 60 dias do Ibama em expedir a licença para retirada de vegetação.
Com isso, o prazo foi para junho ou julho. Depois deste prazo, a relação entre concessionária e Eurovias é uma análise diferente. Como o contrato é com a ANTT, a cobrança não é sobre quem presta o serviço, mas à CCR ViaSul, detentora da concessão da rodovia.
Resumo da notícia
- Danos nos pilares das pontes sobre o arroio Boa Vista e o Rio Taquari exigem reformas. As obras incluem reforço e concretagem, com previsão de término até outubro.
- Apesar das rachaduras, a CCR ViaSul garante que não há riscos para os motoristas durante as obras. No entanto, há limitação para uso das pistas enquanto ocorrem as intervenções.
- Sobre a duplicação, a entrega das novas pistas entre Marques de Souza e Lajeado foi adiada, com conclusão das duplicações previstas para o primeiro semestre de 2025.