Após dois anos seguidos com surtos na microrregião, o combate ao Aedes aegypti é a aposta para evitar contaminações. As principais medidas de prevenção são o levantamento dos pontos com focos em potencial, ações educativas e a busca pelo engajamento da população. Em 2022 os cinco municípios somaram 743 registros, enquanto que no ano anterior foram 723 casos confirmados.
Nesta época do ano, o calor facilita a proliferação do mosquito. As equipes de vigilância ambiental providenciam o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), onde são identificadas as áreas das cidades com maior proporção de larvas e os criadouros permanentes.
O trabalho em Estrela se intensificou nas últimas semanas. Em busca do maior número de pontos vulneráveis, as análises se distribuem entre os bairros mais atingidos no ano passado – Indústrias, Boa União e Imigrantes tiveram as maiores incidências. Os seis agentes de endemias se dividem entre 13 bairros – são cerca de 14 mil residências.
Além do LIRAa, que considera uma amostragem nas localidades, um levantamento permanente é feito pela equipe. Os maiores desafios estão na resistência de parte da população em permitir o acesso dos profissionais. Mesmo assim, apenas em dezembro, foram quase mil visitas para coletas de amostras na área urbana, sem contar as demais saídas a campo no interior, atendimento a denúncias, entre outros.
Primeiro surto
Colinas nunca tinha registrado casos de dengue até 2022. Em um ano, o município somou 203 contágios. Os primeiros sintomas foram relacionados à covid-19, ao mesmo tempo que os testes para a doença começaram a ter resultados negativos. Isto motivou a aquisição de exames voltados ao diagnóstico da dengue, como lembra a secretária da Saúde, Angelita Herrmann.
“Nos surpreendemos com o grande número de casos e criamos um comitê com representantes dos setores de meio ambiente, obras, administração e educação. O conselho de saúde também participou, assim como a Emater. Sabemos que não adianta só cuidar, existe toda uma questão ambiental para retirada de sucata e localização de focos”, pontua.
Os primeiros casos foram registrados na área urbana da cidade, mas a maioria ficou na Linha Santo Antônio, às margens do Rio Taquari e muito próximo ao limite com Arroio do Meio, que teve mais de 1 mil diagnósticos da doença.
Ações educativas
Angelita destaca as medidas de conscientização junto a população, para que todos contribuam no combate ao mosquito. Medidas colaborativas são incentivadas pelo governo de Colinas. “Não dá pra brincar e não há o que fazer que não seja olhar ao seu redor, verificar o seu terreno, verificar o terreno do vizinho, se ajudar enquanto comunidade. Não temos outra forma de prevenir que não seja a partir da comunidade”, conclui Angelita.
Evolução nos casos em 2022
- Bom Retiro do Sul – 26
- Colinas – 203
- Estrela – 483
- Fazenda Vilanova – 25
- Imigrante – 6
- TOTAL – 743