Jornal Nova Geração

“Se paramos de produzir, a cidade também para”

(Foto: Carlos Eduardo Schneider)

A agricultura representa um retorno de 33% no orçamento de Estrela. A produção primária tem grande potencial econômico, sobretudo nos setores de aves, suínos e leite. O maquinário evoluiu, assim como a genética animal e a tecnologia. Ruas do interior foram asfaltadas e todos têm acesso a água potável e poços artesianos.

Neste domingo, dia 25, é comemorado o Dia do Colono, uma data que merece ser comemorada, conforme o produtor rural Adir Ernesto Fiegenbaum, de 63 anos, que vive com a esposa nos 2,7 hectares que possuem em Linha Geraldo Alta. Ele nasceu no meio rural e sempre viveu da atividade. Aos 7 anos já ajudava na lida do campo, no turno inverso à aula. “Saí de casa aos 30 anos e até os 48 trabalhei em granja. Depois compramos nossa terrinha e desde lá estamos aqui”, recorda. “Somos muito felizes aqui”, emenda.

Conforme o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Estrela, Rogério Heemann, a luta dos sindicatos permitiu que o governo federal possibilitasse linhas de crédito com juros baixos. A partir disso, o produtor acreditou e investiu em sua propriedade. “Políticas públicas existem, mas na prática, muitas vezes, não funcionam. É por isso que tem o movimento sindical, para buscar mais qualidade de vida no meio rural.”

Apesar dos avanços, ainda existem fatores  a  melhorar. A falta constante de luz ou pouca energia para atender toda propriedade ainda é um problema, assim como a falta de sinal de celular e internet.

Além disso, o custo de produção está alto. “O grão está muito valorizado, como a soja e o milho. A energia e o combustível aumentaram e isso nos afeta. Fomos um dos únicos setores que não pararam durante a pandemia, porque não temos como. No momento que pararmos de produzir, a cidade também para”, compara.

Incentivo para os jovens

Cerca de  80%  do  quadro social do STR é composto por idosos. Por isso, o sindicato trabalha com foco nos jovens. Por meio de treinamentos e cursos gratuitos, busca–se a qualificação. “Apoiamos também políticas públicas de incentivo à  moradia,  como a habitação rural, para que permaneçam no campo.”

A intenção também é estimular a produção de alimentos orgânicos. “É o que o consumidor da cidade prefere e quer. Observamos o aumento da procura e, por isso, incentivamos”, justifica Heemann.

Agronegócio na Cacis

A Câmara de Comér- cio, Indústrias e Serviços (Cacis) deve assinar a mudança de nomenclatura da entidade durante a Estrela Multifeira deste ano.

A entidade passará  a se chamar Cacisa. A inclusão do “a” busca reconhecer o potencial do  agronegócio. O diretor Executivo da Cacis, Paulo Finck, explica que a entidade quer a participação ativa deste setor. Uma pasta específica para o agronegócio será criada. Nela, haverá diretor de suínos, frango, leite e orgânicos. Quem ficará responsável por todo o setor é o atual diretor de Infraestrutura da Cacis, Pedro Barth. A pasta realizará consultorias e palestras, participará da construção orçamentária com sugestões de melhorias e investimentos por parte da Secretaria de Agricultura, e lutará por demandas de interesse do setor, como a necessidade de energia elétrica de qualidade nas propriedades, incentivo ao uso de energias renováveis e sugerir correção no Plano Diretor para que loteamentos urbanos não avancem para o interior.

Dia do Suinocultor é neste sábado

Neste sábado, dia 24 de julho é comemorado o Dia do Suinocultor. Apesar do fortalecimento da cadeia produtiva no município, a categoria vem sofrendo com o alto custo de produção. Alencar Doeber, de 43 anos, de Linha Geraldo Baixa, tem a suinocultura na família. A criação iniciou com seu pai em 1984, e, desde 2017, assumiu a produção.

Com um plantel de 500 suínos, Doeber luta para se manter no meio. “Sou o único produtor de suínos independente de Estrela. Os outros são integrados”, disse, frisando que se não fosse a produção própria de milho teria que largar a criação.

“Estão pagando R$ 6,60 o qui- lo, enquanto que, para empatar, o preço deveria ser R$ 8,25. Para haver uma margem, deveríamos receber, pelo menos, R$ 9,25 o quilo do porco”, explica. Mesmo com a realidade, o produtor de Estrela não almeja desistir e acredita em dias melhores para quem depende do meio rural para viver.

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