Jornal Nova Geração

Um professor nunca vai embora

Werner Kurt Hilgemann superou limitações em sala de aula (Foto: Carlos Eduardo Schneider)

Aos 70 anos, sendo 45 de sala de aula, o professor do Colégio Martin Luther (CML), Werner Kurt Hilgemann, decidiu se aposentar. A história do estabelecimento de ensino confunde-se com a dele, já que sua estreia foi como aluno, em 1963. Estudante, professor, diretor, vice-diretor. O eterno aprendiz superou as próprias limitações, para se tornar uma referência como educador da disciplina de História. Três valores sempre o acompanharam: disciplina, respeito e obediência às normas.
Em 1º de março de 1976 começou a lecionar no CML, data relembrada todos os anos, quando sempre fez questão de ir de terno e gravata dar suas aulas. Em 1993 veio o convite para ser diretor da escola, ofício que exerceu até 2002. E, em 2011, atuou como vice-diretor até a extinção do cargo na escola, em 2016. Werner seguiu com suas aulas de História até 2 de junho deste ano, quando, então, optou pela aposentadoria.

O porquê das coisas 

Ao entrar na sala de aula, aquele homem alto, não precisava pedir silêncio. Quando tomava a palavra, o silêncio de “respeito” dava lugar ao silêncio de interesse na sua História. “A História por ela, é uma mera ‘decoreba’. São apenas datas. Eu sempre quis saber e ensinar o porquê das coisas”, explica. “Esses fatos tornam a História interessante e nos traz o conteúdo dos livros para a realidade.”

Timidez superada

Werner era gago e introvertido. Duas situações que não combinam com alguém cujas ferramentas de trabalho são a eloquência e a persuasão. “Eu era tão tímido que dava aula olhando para fora da janela. Até que um colega professor me orientou a olhar por cima dos alunos”, recorda. A gagueira, ele perdeu fazendo palavras cruzadas. Segundo ele, a atividade lhe trazia sinônimos e a frase voltava a fluir.
O início da entrevista com o professor foi, de fato, “introspectivo”. Até que o professor voltasse à tona. Nesse momento, os olhos voltaram a brilhar, o gestual tornou-se ávido novamente e a fala passeava habilmente sobre a linha do tempo e suas reentrâncias. Um professor nunca vai embora.

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