A tendência de alta nas abstenções nas eleições do último domingo, 2, verificadas tanto em nível estadual quanto nacional, se repetiu na região. O número de eleitores faltosos cresceu no Vale do Taquari na comparação com o pleito de 2018.
São 47.465 pessoas que deixaram de ir às urnas, num universo de pouco mais de 292 mil eleitores aptos pela Justiça Eleitoral. O percentual, de 16,24%, fica abaixo do registrado no Rio Grande do Sul (19,79%) e também no Brasil (20,95%). Mas supera a marca regional da eleição passada, de 14,11%.
Entre os 38 municípios da região, apenas quatro registraram abstenções inferiores à do último pleito. Entre eles está Forquetinha, cujo percentual de eleitores ausentes é o menor do Vale (7,71%). Também estão na lista Canudos do Vale, Coqueiro Baixo e Putinga. Nos demais, houve crescimento em relação a 2018.
Apesar de registrar uma diminuição nas abstenções no comparativo com o pleito passado, Putinga é quem tem o maior percentual, com 22,53% de faltosos. É o único município da região que fica acima da média nacional. Já a média estadual também é superada por Relvado (20,07%) e igualada por Encantado.
Em números absolutos, Lajeado, maior colégio eleitoral do Vale, registrou mais de 11 mil ausentes. Os dados das abstenções foram obtidos a partir do sistema de apuração dos resultados das eleições, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Mais jovens e idosos
Chefe do Cartório Eleitoral de Teutônia, Luciane Lima, conta que o número de eleitores facultativos cresceu em comparação ao pleito de 2018 e 2020. “Na época do recadastramento, até maio, muitos idosos que não votavam mais, decidiram retornar”, comenta. Para ela, esse movimento é positivo, pois denota confiança no sistema eleitoral e comprometimento do eleitor. Como efeito aos mesários e fiscais, realça a necessidade de preparo das equipes para o atendimento deste público, com presença mais incisiva na orientação das filas e no repasse de informações eleitorais.
Brancos e nulos
Se por um lado a abstenção aumentou no Vale do Taquari, os votos em branco ou nulos caíram na comparação com 2018. Levantamento da reportagem mostra que a queda já ocorria desde 2014 tanto nas disputas para presidente quanto para governador.
Para o senado, houve um crescimento expressivo nos votos em branco ou nulo de 2014 para 2018, e uma queda acentuada em 2022. O motivo mais provável é que, no pleito passado, eleitores votavam em dois senadores e, quando havia dúvida em relação ao segundo voto, decidiam não escolher um representante.
Nas disputas para os cargos legislativos, chama a atenção o número de eleitores que foram às urnas mas não votaram em um candidato. Ao todo, 23,9 mil (9,72% dos votos totais) anularam ou votaram em branco para deputado estadual, e 25,5 mil (10,43%) não escolheram um deputado federal.