O relatório do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostra que o Vale do Taquari manteve o desempenho de retomada na empregabilidade. Depois de amargar mais de 2 mil postos de trabalho fechados em maio, e outros 362 em junho, houve uma retomada nos dois meses seguintes.
Em julho, o saldo entre admissões e desligamentos foi de 319 postos. Nos dados mais recentes, de agosto, o Caged contabilizou um saldo de 321 novas vagas de emprego. O destaque positivo fica por conta de Arroio do Meio.
Um dos mais prejudicados pela inundação de maio, o município teve 368 contratados para 306 demissões. Um saldo de 62 postos de trabalho. O setor de serviços foi o responsável pelo desempenho positivo.
Empresária do setor de transportes, Liselena Bersch Neumann, avalia que houve uma reconfiguração em diversos segmentos. “Há um senso de oportunidade. Pessoas que estavam em empresas foram para áreas de manutenção de eletrodomésticos, em instalações elétricas e outras áreas ligadas à reconstrução.”
Outro aspecto tem sido a dificuldade de locomoção. Com os engarrafamentos na ligação com Lajeado, pessoas que trabalhavam na cidade vizinha buscaram recolocação em Arroio do Meio, bem como o contrário também. “Sei de famílias que viviam aqui, que trabalhavam em Lajeado e se mudaram.”
Apesar do resultado positivo, ainda há necessidade de pessoas, diz Liselena. “Antes mesmo da inundação vemos diversos segmentos com vagas abertas. No transporte e logística está assim. Sempre estamos procurando pessoas.”
Outro destaque é Encantado, com saldo de 61. Diferente de Arroio do Meio, os setores mais empregadores ficaram diluídos entre serviços (17), comércio (19) e, em especial, indústria (32).
“Acredito que o saldo positivo seja motivado pela migração de trabalhadores. Estamos recebendo famílias vindas de municípios vizinhos e que estão se posicionando no mercado”, diz a presidente da Associação Comercial e Industrial de Encantado (Aci-E), Raquel Cadore.
Análise regional
O presidente da Câmara da Indústria e Comércio da região (CIC-VT), Angelo Fontana, destaca que a retomada dos empregos precisa ser vista como positiva, mas ainda com ressalvas. Algumas vagas são sazonais e ainda há muitos efeitos das catástrofes climáticas sobre os processos de migração das famílias entre cidades da região.
Para ele, uma das principais ações do setor produtivo para os próximos meses será reter talentos. “Precisamos de pessoas. O Vale tem uma dinâmica produtiva e econômica diferenciada. Há oportunidades para diversas áreas. Para tanto, precisamos de pessoas qualificadas e com vontade de crescer.”
Entre os 38 municípios da região, 26 tiveram saldo positivo e 11 ficaram no vermelho. Apenas Forquetinha deve resultado nulo. Pois empregou seis pessoas e demitiu outras seis.
Por município
Desempenho mensal